Texto V, para responder às questões 30 e 31.
O senhor Manoel, de 42 anos de idade, procurou atendimento médico no pronto-socorro de um hospital de nível terciário e relatou que, há 6 dias, tem apresentado episódios de febre diária, de até 39,5 ºC, associada a calafrios e sudorese. Informou ser acompanhado em ambulatório de cardiologia, com diagnóstico de doença congênita na valva aórtica. Seu exame físico mostrou pressão arterial de 138 mmHg × 50 mmHg, frequência cardíaca de 110 bpm, temperatura axilar de 38,9 ºC, hipocorado, ritmo cardíaco regular; a ausculta da segunda bulha cardíaca permitiu verificar seu desdobramento apenas na fase de expiração; havia sopro sistólico ejetivo, grau 3 de Levine, mais bem audível em foco aórtico, irradiado para as artérias carótidas e sopro diastólico aspirativo, grau 3 de Levine, mais bem audível em foco aórtico acessório, irradiado para região paraesternal esquerda baixa. Os pulmões estavam limpos. O abdome estava livre e não apresentava visceromegalias. Nas palmas das mãos, foram observadas máculas eritematosas, indolores. Nas polpas digitais das mãos, foram vistos pequenos nódulos dolorosos e violáceos. O eletrocardiograma mostrou: taquicardia sinusal, eixo elétrico médio do QRS desviado para a esquerda, sinais sugestivos de sobrecarga ventricular esquerda. O ecocardiograma transtorácio e transesofágico evidenciou: diâmetro da aorta ascendente de 51 mm; valva aórtica bicúspide, com rafe entre os folhetos não coronariano e coronariano esquerdo, calcificada. Doppler mostrou gradiente transvalvar aórtico médio de 45 mmHg, insuficiência aórtica de grau acentuado. Nessa valva, foi visibilizada vegetação (na face aórtica) com área de 2 cm2, e também havia uma imagem livre de ecos, com bordas calcificadas deformando a raiz da aorta sugestiva de abscesso perivalvar. Foram colhidas três amostras de hemoculturas e realizados exames laboratoriais gerais de sangue e urina. Ante a suspeita de endoc
Considerando a valvopatia aórtica congênita de base apresentada por Manoel valva aórtica bicúspide , assinale a alternativa correta.
Essa valvopatia é uma das formas mais raras de cardiopatia congênita, quando se tem por base a população geral.
O desdobramento da segunda bulha descrito no paciente é do tipo amplo e fixo, achado frequente nessa valvopatia congênita, mesmo na ausência de disfunção valvar.
A principal alteração hemodinâmica produzida pela obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo nesse paciente é a hipertrofia concêntrica dessa câmara.
A insuficiência aórtica é a complicação menos frequente em pacientes com essa cardiopatia congênita e pode, por exemplo, decorrer de dilatação da raiz da aorta ou, mais frequentemente, de endocardite dessa valva
Nesse paciente, não há nenhuma indicação de correção cirúrgica da cardiopatia congênita em tela.
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