Para questionar a postura conservadora em relação à fidelidade da tradução, Gile (1995) realizou um experimento para ajudar seus alunos a entender essa questão. O experimento foi adaptado para a disciplina de tradução do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e é reproduzido abaixo:
Considerando a variação nos resultados e as reflexões sobre os conceitos de fidelidade, a variedade de verbalização para a mesma imagem é explicada:
- A. pela abordagem técnica de cada tradutor, pelas suposições que faz com relação ao público receptor da mensagem e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.
- B. pela variação na formação, pelo conhecimento que tem de seu interlocutor e pela diferença contextual que envolve os interlocutores do ato interativo.
- C. pela diversidade conceitual dos sujeitos frente à imagem, pelas relações categoriais que é capaz de desenvolver e pela diferença na maneira como o indivíduo decide verbalizá-la.
- D. pelas relações atitudinais do receptor frente à mensagem transmitida pelo emissor, pelo julgamento no nível intelectual da plateia e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.
- E. pela maneira como cada indivíduo percebe a mensagem, pelas suposições que faz com relação ao nível e grau de entendimento de seu interlocutor e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.