Assinale a opção em que foram plenamente respeitadas as prescrições gramaticais.
Em certo sentido, a cultura capitalista reduziu na prática, os princípios do liberalismo, do utilitarismo, ou do pragmatismo político-filosófico, a defesa da ganância de uns poucos, em prejuízo à justiça humanitária, defendida pelos ideais republicanos e democráticos. Nada disso porém, autoriza à depreciação mental do sujeito comprista dos séculos XIX e XX.
Do ponto de vista marxista, pode-se falar, se for o caso, de uma amoralidade na produção e da venda dos objetos, mas não no ato da compra. O próprio produtor/vendedor, ao se tornar comprador muda de posição intencional em relação à mercadoria. Ao produzir/vender, quer apenas lucrar; ao comprar, pode querer atingir objetivos outros, que não o lucro.
A imagem do burguês, indiferente ao bem comum e obcecado pelo consumo de objetos, é uma idéia feita, que não sobrevive ao testemunho da história. Nem o hábito de comprar mercadorias, nem a ambição da felicidade interior revelou-se contrário à experiência de realização emocional e a de propósitos éticos.
Em algumas análises, o que se critica é a utilização dos objetos para os propósitos de auto-realização emocional. Os objetos, em virtude da sedução do consumo, usurpam a função dos bens simbólicos ou se prestam apenas à celebração do narcisismo. Todavia verifica-se que essa não foi a prática histórica dos compradores. Os objetos foram usados para fins de desenvolvimento emocional e também para se atingirem outros objetivos.
Os compradores setecentistas adquiriram avidamente livros, telas de pintar, entre outros. Esses objetos foram usados de forma, digamos, egoísta, mas serviram, igualmente, à expressão de pretensões éticas e estéticas válidas para todos. Falamos, hoje, em paroxismo consumista, considerando-o causa de desorientação pessoal e violência social. Entretanto, se for verdade que tal exarcerbação existe, sugiro, que sua origem não esteja na natureza alienante das mercadorias, mas na redefinição de nossos ideais de felicidade.
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