O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro analisa o que ele mesmo denomina de processo de juridificação da questão quem é índio no Brasil. Para a garantia e oficialização das demarcações de terra, o Estado e seu arcabouço jurídico-legal funcionam diz o antropólogo como moinhos produtores de substâncias, categorias, papéis, funções, sujeitos, titulares desse ou daquele direito, etc. Invocando a formação disciplinar clássica da Antropologia, Viveiros de Castro sinaliza os perigos da posição do antropólogo evolvido com os laudos antropológicos. Para ele, o antropólogo passou a ter uma atribuição complicada. Ele passou a ter o poder de discriminar quem é índio e quem não é índio, ou antes, a prerrogativa de pronunciar-se com autoridade sobre a matéria, de modo a instruir a instancia que tem realmente tal poder de discriminação, o Poder Judiciário. A base do argumento de Viveiros de Castro repousa numa das premissas fundantes da Antropologia, qual seja:
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