O conjunto Veracruz cria, a partir da arquitetura, um meio de distinguir diversas partes do cenário urbano, ao mesmo tempo que subentende continuidade. Nesse sentido, é antagônico à teoria da Gestalt, para a qual o conhecimento de um todo somente é adquirido por meio da apreensão de suas partes, pois o todo equivale à reunião das partes.
O projeto demonstra uma crítica aos grandes projetos de especulação imobiliária atuais, cujos empreendimentos compreendem toda uma quadra com diversidade de tipologia, ainda que por vezes com a mesma linguagem. A produção dessa arquitetura homogênea consegue estabelecer relações com o entorno urbano.
Contrapondo-se à concepção do mercado, Higuera e Sánchez demonstram, com a solução proposta, entendimento da complexidade que constitui o espaço urbano, pois criam um conjunto com diversidade de tipologias que, mesmo estranho à malha urbana local, assegura a identidade da mesma.
A solução dada ao conjunto Veracruz entende a arquitetura como intervenção em uma preexistência e retoma características essenciais do bairro para induzir o observador a recordar a fonte, ao mesmo tempo em que desfruta do contemporâneo. O conjunto ganha significado, pois seu valor é dado a partir da analogia com o preexistente.
Os espaços semi-públicos no térreo do complexo demonstram a vontade de assegurar tais espaços para uso restrito dos moradores. A solução do pátio interno, que se conecta com a rua, incide no fortalecimento da segurança social, na escala do pedestre. Explorando esse conceito, a proposta atém-se à preexistência.
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