Em ensaio intitulado Debret, o neoclassicismo e a escravidão, (1996), o crítico de arte Rodrigo Naves aponta a influência do ideário neoclássico no período de formação da obra de Debret.
Quando o artista chega ao Brasil, contudo, se vê em uma situação política muito diversa da que viveu na França, a começar por uma diferença fundamental, assim descrita por Naves: decididamente, a existência da escravidão impedia de vez qualquer tentativa de transpor com verdade a forma neoclássica para o Brasil.
A partir desta impossibilidade, a escolha de Debret quanto à forma e às dinâmicas sociais do Brasil da época foi
- A. desistir de fazer arte e passar a traficar escravos.
- B. compreender que apenas a escrita pode descrever a situação política do país, e passa a relatar aos jornais franceses a desigualdade social entre brancos e negros.
- C. abandonar a forma neoclássica, retornando ao clássico em sua origem, retratando figuras de modo idealizado no estilo românico, ignorando o tema da escravidão.
- D. abandonar a forma neoclássica por um desenho mais solto, incorporando o gingado típico do carioca, passando a representar apenas os escravos, que em seu tempo livre, perambulavam pela cidade do Rio de Janeiro.
- E. um meio menos sisudo do que a pintura, optar por manter um vínculo com a realidade do país, retratando cenas quotidianas da cidade do Rio de Janeiro do qual o trabalho escravo era parte indissociável, apesar da escolha pela aquarela.