Leia o trecho do texto, não assinado, publicado na edição do dia 21 de março de 2016, no jornal O Estado de S. Paulo: Se o Brasil não melhorar de maneira substancial os serviços de saneamento básico, todo o conjunto de ações de combate ao vírus zika em curso ou que vierem a ser tomadas não será suficiente para afastar o risco de surgimento de novos e graves problemas de saúde pública causados pelo mosquito Aedes aegypti mesmo que essas medidas alcancem o resultado esperado. Em documento divulgado há dias, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que, para o combate eficaz ao vírus zika, os países que enfrentam o problema precisam melhorar o sistema de saneamento básico. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que 95% dos casos de vírus zika, dengue e chikungunya doenças que vêm causando grandes problemas no Brasil e em outros países poderiam ser evitados se os governos das nações mais afetadas por eles tivessem adotado medidas ambientais adequadas. Embora não tenha sido esse seu objetivo, a avaliação das duas organizações internacionais representa uma crítica direta à ação do governo brasileiro e de outros países que enfrentam os problemas de saúde pública causados pelo Aedes aegypti na área de saneamento básico. Promessas, programas, metas de universalização dos serviços essenciais têm sido frequentemente citados pelo governo Dilma Rousseff, mas os resultados práticos são pífios. A ampliação da rede de abastecimento de água e da rede de coleta de esgotos e o aumento do volume de dejetos tratados antes de seu lançamento nos cursos dágua não têm ocorrido na velocidade necessária para que, como ainda promete o governo, a universalização dos serviços de saneamento básico seja alcançada em 2033. Se mantido o ritmo atual dos investimentos, essa meta só será atingida em 2054, mais de 20 anos depois do prazo anunciado pelo governo, segundo estudo divulgado há alguns meses pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Até lá, boa parte da população continuará convivendo com os problemas de saúde causados por falta de água corrente, lançamento de esgotos nas ruas sem tratamento e coleta inadequada de resíduos sólidos. As crianças são as vítimas preferenciais das más condições sanitárias em diversas regiões. Dados mais recentes indicam que 35 milhões de brasileiros não são atendidos por rede de abastecimento de água e metade da população não conta com serviço de coleta de esgoto, que por isso é lançado in natura no ambiente. Escassez de recursos, legislação dispersa e às vezes conflitante, excesso de burocracia em razão da multiplicidade de órgãos que tratam do assunto, baixa qualidade dos projetos executivos estão entre os problemas mencionados há anos como causa do atraso dos programas de saneamento básico no País e que o Plano Nacional de Saneamento Básico não conseguiu resolver. O País paga o preço desse atraso. Observando a estrutura do texto e as palavras destacadas, juntamente com as noções da linguagem jornalística, tem no texto acima:
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