Na virada do século XIX, instalou-se no Brasil um verdadeiro pluralismo religioso com a penetração de uma multiplicidade de crenças e ritos pertencentes às mais distintas tendências religiosas e seitas.
No percurso da história religiosa brasileira, a Igreja, embora não perseguisse os infiéis e heréticos, não transigia com determinadas práticas dos segmentos populares e étnicos que conviviam na colônia, o que facilitou a permanência de uma religiosidade popular pura e tradicional.
O entrelaçamento entre crenças e sistemas religiosos de tradições distintas (católica, judaica, reformada, pagã, indígena e africana), ao longo dos cinco séculos no Brasil, produziram diversos arranjos de experiências sincréticas, que se mantêm como característica do comportamento religioso brasileiro. Tal comportamento tomado individualmente e historicamente seria facilitado por uma atitude política da igreja católica de transigência em relação a esses fluxos, dadas as dificuldades enfrentadas no processo de catequese.
Nos primórdios da instalação do sistema colonial português com seu projeto salvacionista que se concretizou através de alguns empreendimentos fundantes no primeiro século, a começar pela catequese e a criação das irmandades religiosas, usados como instrumentos de evangelização, o catolicismo foi introduzido nas populações nativas, colonos e escravos. Os grupos étnicos envolvidos nestas empresas salvacionistas assimilaram o catolicismo à sua maneira, com crenças e ritos peculiares, de origens diversas, indígenas e negras, assim como o colono português quinhentista com suas crenças remotas nas divindades pagãs.
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