O livro Design no Brasil: origens e instalação tornou-se um marco bibliográfico ao ser lançado, em 1997, porque evidenciou uma revisão historiográfica no design brasileiro, que, por sua vez, refletiu discussões paradigmáticas sobre a atividade no mundo todo. Essa revisão foi provocada principalmente porque:
a autora mostra que a escolha do Rio de Janeiro como sede da primeira escola de design de nível superior no país, quando a transferência da capital para Brasília já permitia um processo de descentralização e interiorização do parque industrial brasileiro, retardou por décadas a efetiva inserção do design como ferramenta do processo produtivo, com a reprodução de modelos paradigmáticos viciados por práticas ultrapassadas, adotadas desde o Estado Novo.
a autora demonstra que a instalação da escola pelo Governo Federal não levou em conta as práticas projetuais já desenvolvidas no parque industrial brasileiro, especialmente na área da comunicação visual, preterindo-as em nome das diretrizes traçadas pelos ideólogos da Escola de Chicago e da Escola de Ulm – adequadas aos países centrais, mas descontextualizadas da realidade dos países periféricos.
a autora mostra que, ao privilegiar a escolha de artistas e outros agentes ligados à área cultural para a elaboração do projeto pedagógico da nova escola, em detrimento de técnicos e outros agentes efetivamente envolvidos na produção industrial, a criação da escola representou o marco histórico da inserção do design no país como atividade de criação individual, e não como etapa projetual da produção.
a autora evidencia a aplicação acrítica do modelo paradigmático racionalista da Escola de Ulm na criação da primeira escola de design de nível superior no país, em detrimento do desenvolvimento de alternativas originais e autóctones, e sua reprodução contínua por meio da endogenia de professores e sua influência nos demais cursos criados a partir de então.
a autora mostra que a escolha do Rio de Janeiro como sede da nova escola, calcada nos moldes da política desenvolvimentista então adotada no país, não levou em conta a proeminência do parque industrial paulista e o surto industrial que já se evidenciava na região sul, dificultando e mesmo inviabilizando a adoção efetiva do design como item de modernização da economia brasileira.
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