No início dos anos 90, o Brasil havia intensificado os processos de abertura ao exterior, de fomento às privatizações, de renegociação da dívida externa e de desregulamentação do mercado. A estabilização, no entanto, permanecia um desafio resistente às várias tentativas de eliminação da inflação. Em 1993, o ministro do governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, implementou um plano econômico de estabilização conhecido como Plano Real, apoiado por uma equipe de economistas, em sua maioria oriundos da PUC-Rio, dentre os quais se incluem Gustavo Franco, Winston Fritsch, André Lara Resende, Edmar Bacha e Pérsio Arida. Com base no exposto, assinale a afirmativa INCORRETA.
- A. O Plano Real foi concebido e implementado em três etapas: estabelecimento do equilíbrio das contas do governo, objetivando eliminar a principal causa da inflação; criação da unidade real de valor (URV); e, emissão de uma nova moeda alcunhada de Real.
- B. Visando incrementar o esforço de ajuste do governo federal, o governo se viu obrigado, na segunda fase do Plano Real, a implementar medidas rígidas com o sistema financeiro, em especial como os bancos estaduais, exigindo-lhes estabelecimento de limites mínimos de capital dessas instituições, bem como a limitação na concessão de seus créditos.
- C. A evasão fiscal inviabilizava o ajuste das contas públicas. Dados da Secretaria da Receita Federal indicavam que, para cada cruzeiro arrecadado, outro cruzeiro era sonegado. Como parte integrante da primeira fase do Plano Real, o governo iniciou uma campanha massiva de conscientização contra a sonegação, aumentou a fiscalização sobre as maiores empresas do país e passou a atuar de maneira mais contundente na cobrança de impostos das pessoas físicas.
- D. A unidade real de valor (URV) foi utilizada para restaurar a função de unidade de conta da moeda, que havia sido destruída pela inflação, bem como para referenciar preços e salários. O Banco Central emitia diariamente relatórios com valores de transformação da moeda. Assim, a URV serviu para o comércio determinar seus preços, efetuar contratos e determinar salários, independentemente das desvalorizações monetárias provocadas pela inflação, ou seja, provocando uma indexação generalizada na economia.