Diante da multiplicidade de configurações da família contemporânea, para além do arranjo representado pela união de um homem e uma mulher que desejam ou não ter filhos, Isabel Gomes se pergunta (In: Fères-Carneiro, 2016), se ainda seria válida a visão de Sigmund Freud sobre as mulheres e seu papel na família: centrado na figura masculina, trazendo à tona a incompletude emocional e social. A autora conclui que
- A. a ausência de referenciais de apoio para a subjetividade contemporânea e a consequente variedade de arranjos interpessoais tornam as ideias de Freud obsoletas.
- B. o modelo tradicional de casamento, influenciado pela transmissão de legados transgeracionais, é compatível com a lógica complementar de homem-mulher em Freud.
- C. o declínio da função paterna e uma representação social de homem frágil e incompleto na contemporaneidade impedem a manutenção da visão de Freud.
- D. as ideias de Freud sempre serão aplicáveis, pois explicitam como as instâncias inconscientes atuam em prol da sobrevivência da espécie.
- E. a dicotomia de papeis presente na obra de Freud não mais se aplica aos atuais arranjos conjugais, pois hoje a distinção entre os gêneros está menos definida.