Paulo, com 55 anos de idade, obeso e tabagista há muitos anos, foi encontrado morto em seu quarto. Sua esposa informou que Paulo estava muito estressado e sem dormir, o que o levara a utilizar diazepam nos últimos três dias. Em seu quarto foi encontrada uma caixa de vinte comprimidos de diazepam 10 mg, sugerindo que Paulo havia consumido quatro comprimidos. Apesar dos sinais de estresse, sua família não notou nenhum sintoma de depressão. Segundo o prontuário médico, Paulo era portador de hipertensão arterial e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) secundária ao tabagismo, e já apresentava exames laboratoriais com sinais de hipoxemia (diminuição da concentração de oxigênio no sangue) e hipercapnia (aumento da concentração de no sangue) moderada, ou seja, o paciente tinha dificuldades respiratórias. Também foi diagnosticada apnéia obstrutiva do sono, que se caracteriza por obstrução das vias aéreas associada a apnéia (parada da respiração). Essa obstrução só ocorre durante o sono, pois, nesse período, observa-se um relaxamento da musculatura ao redor da laringe, incluindo a língua e o palato mole, o que obstrui a passagem de ar. Para melhorar a oxigenação do sangue e vencer esse obstáculo, o corpo reage fazendo um esforço respiratório. Isso aumenta a velocidade e a pressão do ar, que vence o obstáculo e gera, muito freqüentemente, uma vibração dos tecidos moles. Ao fazer o esforço físico para vencer o obstáculo, o paciente acorda, o que pode ocorrer inúmeras vezes durante a noite.
Com relação à situação hipotética acima e às características do diazepam, julgue os seguintes itens.O uso de diazepam pode ter contribuído para a morte de Paulo porque, mesmo em doses hipnóticas, pode agravar distúrbios da respiração relacionados à apnéia obstrutiva do sono.
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