A violência do princípio saber é poder (Francis Bacon), ou seja, a imposição da técnica social, da razão funcional, instrumental, tecnológica, com o seu afã de disponibilizar tudo, homens e coisas, perpassa totalmente a sociedade de nosso tempo, nas análises de Herbert Marcuse (1898-1979). A sociedade se torna um sistema funcional autoconstituído. É uma nova forma de ditadura ou totalitarismo. Agora, o totalitarismo já não provém deste ou daquele partido ou Estado, não tem cor, é anônimo. Mesmo a democracia é apenas uma aparência. Aparentemente, trata-se da soberania do povo, mas, em verdade, o que está em questão é a regência dos mecanismos estabelecidos pelo sistema. A dominação se tornou racional e a racionalidade, dominadora. Ninguém mais governa e todos são dominados. Dessa situação histórica surge o Homem unidimensional, título de um livro de Marcuse, de 1964. Assim, o mundo fica chato, isto é, plano (e monótono). A dominação ocorre não só por meio da tecnologia, mas como tecnologia. Paradoxalmente, a sociedade racional enterra, de vez, a ideia da razão.
Com relação às ideias expostas no texto acima, assinale a opção correta.Marcuse vê no triunfo da razão instrumental e no surgimento do homem unidimensional a forma mais extrema de totalitarismo, que suprime a liberdade e o prazer da vida dos homens.
Marcuse considera o triunfo da razão instrumental como uma conquista da humanidade moderna, ou seja, como um processo que traz aos homens a plena satisfação de seus desejos, pois possibilita a eles participarem da fruição dos bens de consumo produzidos na civilização tecnológica.
Segundo Marcuse, a civilização tecnológica é a civilização da liberdade.
Na concepção de Marcuse, a forma de totalitarismo mais ameaçadora é a do Estado.
Para Marcuse, a democracia é uma das conquistas fundamentais dos Estados modernos.
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