Fonoaudiologia - Geral - Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social (ITEDES) - 2012
O sr. José, com 80 anos de idade, ensino médio completo, funcionário público aposentado, com diagnóstico de demência de Alzheimer leve a moderada, comparece a um ambulatório de fonoaudiologia acompanhado por sua filha, Sebastiana, 53 anos de idade, que exerce o papel de cuidadora informal do mesmo, e apresenta, durante a anamnese, os relatos seguintes.
O médico já me informou que, com a evolução da doença, a tendência é que estes problemas de fala que ele vem apresentando piorem, e isto tem me estressado muito. Ele tem muita dificuldade de achar uma palavra. Muitas vezes diz outra relacionada, ou então ele, por exemplo, em vez de dizer caneta, diz: Aquela coisa de escrever! Muitas vezes, ele não entende o que eu falo, ou entende só uma parte do que eu falei. Ele parece conversar normalmente, mas se a gente prestar atenção, muita coisa que ele fala é sem nexo, sem sentido. Ele costumava ler e escrever, mas não consegue mais fazer isso como antes. Troca palavras, pula letras, tem muita dificuldade. Às vezes, eu fico com vergonha, porque, algumas vezes, quando ele está conversando com alguém, ele ignora a pessoa, interrompe a conversa no meio e até fala sozinho.
Considerando o caso apresentado, avalie as afirmações que se seguem:
I. As alterações, tanto de linguagem oral quanto escrita, presentes na demência e relatadas pela cuidadora, têm relação com outras alterações cognitivas e comportamentais também encontradas na demência.
II. Uma das atuações do fonoaudiólogo junto a essa cuidadora é o procurar minimizar seu estresse, no sentido de realizar orientações sobre estratégias facilitadoras da comunicação com o pai com demência.
III. Há necessidade de se realizar intervenção fonoaudiológica com o idoso, já que, diante da característica progressiva da afasia, dislexia e agrafia, a estimulação visa não só à estabilização do quadro, como também ao reestabelecimento das habilidades perdidas.
IV. Os relatos da cuidadora sobre as manifestações do idoso são indicativos de algumas alterações que, provavelmente, serão verificadas na avaliação clínica da linguagem. Na ordem em que foram apresentadas, são elas: anomia/parafasia semântica/paráfrase; alteração da compreensão oral; alteração discursiva; dislexia/agrafia; alteração pragmática da linguagem.
É correto apenas o que se afirma em:
I e III
I e IV
II e III
I, II e IV
II, III e IV
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