Os relatórios de conferências e documentos relativos à saúde das comunidades indígenas valorizam a existência de pajés, benzedeiras, raizeiras, parteiras, pegadores de ossos e outros... Nesse sentido, sugerem que os Distritos Sanitários Especiais Indígenas DSEIs incorporem as medicinas nativas, adotando uma perspectiva transdisciplinar. Segundo Viveiros de Castro, tal recomendação enfrenta a seguinte dificuldade:
os indígenas subjetivam os objetos, ao passo que as sociedades ocidentais modernas objetivam os objetos
os indígenas recusam-se a partilhar seus saberes, ao passo que os conhecimentos científicos caracterizam-se pela interdiscursividade igualitária
o xamanismo constitui um quadro analítico-demonstrativo de pensamento, ao passo que os saberes de tradição europeia são de cunho ético-político
o xamanismo indígena se aprende no fazer do cotidiano, ao passo que o conhecimento científico é transmitido pelas instituições escolares
os indígenas raciocinam segundo um paradigma fetichista, ao passo que as sociedades complexas repudiam as crenças do imaginário popular
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