O continente africano se inseriu na economia-mundo como espaço derivado das forças econômicas hegemônicas, primeiramente, como fornecedor de mão-de-obra cativa e, posteriormente, assumindo funções complementares para as economias capitalistas desenvolvidas. Esse papel na divisão territorial internacional do trabalho deixou marcas na sua configuração territorial que persistem como rugosidades socioespaciais até o presente. Sobre a colonização europeia, os seus impactos e as marcas deixadas no espaço africano, pode-se afirmar que:
- A. A colonização europeia se fez preservando os limites territoriais pré-existentes e que separavam as diversas sociedades e etnias do continente. Por isso, os espaços nacionais africanos atuais refletem às territorialidades étnicas ancestrais à chegada dos colonizadores.
- B. As configurações territoriais dos países africanos refletem o padrão das fronteiras estabelecidas pelo colonizador europeu, que não respeitou as diferenças culturais e sociais africanas, o que explica muitos dos conflitos étnicos vivenciados pelo continente.
- C. A colonização europeia deixou como legado espacial uma intricada, densa e extensa rede de transportes, que vem sendo utilizada para promover a integração continental em blocos econômicos e, assim, facilitar as trocas entre os países do continente.
- D. O modelo de colonização europeu permitiu um contínuo processo de acumulação interno de capitais, o que gerou muitas iniciativas de industrialização e permitiu experiências endógenas internas de desenvolvimento econômico no continente.
- E. A colonização europeia conservou as formas africanas coletivas de apropriação e uso dos solos para a produção agrícola, logo, as fomes endêmica e epidêmica resultam das contradições internas e exclusivas do continente e já existiam antes da chegada do colonizador.