A nova forma de gestão de território implantada na Amazônia nas décadas mais recentes gerou inúmeros protestos das sociedades atingidas, algumas ruidosas, como passeatas, ocupação de instalações, e algumas silenciosas e poéticas, como o poema abaixo, de autoria do geógrafo Edir Augusto Dias Pereira, morador da cidade de Tucuruí.
Com base na leitura do poema e em conhecimentos geográficos sobre a reordenação socioespacial da área de implantação da hidrelétrica de Tucuruí, pode-se afirmar que
- A. a maioria das comunidades tradicionais que habitavam a área da implantação da hidrelétrica foi assentada e indenizada pela empresa concessionária responsável pela construção, pois fora definida anteriormente uma política de relocação das populações locais que seriam afetadas pelo projeto.
- B. o período referente à construção da usina hidrelétrica foi marcado por grande instabilidade socioespacial, uma vez que a construção da usina implicou a inundação de vastas porções territoriais e, igualmente, o desalojamento e o remanejamento de comunidades locais, como, por exemplo, as comunidades ribeirinhas e indígenas, que sofreram a imposição de novos valores culturais, econômicos e sociais.
- C. os contornos políticos em Tucuruí, apesar das intensas modificações espaciais ocorridas após a implantação da hidrelétrica, mantiveram-se inalterados; o que se observou foi um grande progresso no município que proporcionou uma melhoria na qualidade de vida da maioria da população local, principalmente dos chamados "expropriados da barragem'.
- D. a área inundada para a construção da hidrelétrica, devido às características naturais do médio curso do rio Tocantins, foi de pequenas proporções; para o remanejamento das populações afetadas, foram adotados procedimentos que consideravam a diversidade sociogeográfica, econômica e ambiental preexistente no espaço local.