A violência moral no trabalho é um fenômeno internacional de acordo com levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Tanto a OIT quanto a Organização Mundial da Saúde consideram tenebrosas as perspectivas para as duas próximas décadas, que serão as décadas do mal-estar na globalização em que predominam danos psíquicos relacionados às novas políticas de gestão na organização de trabalho, vinculadas às políticas neoliberais.
De acordo com as análises críticas da clínica do trabalho, o neoliberalismo favorece o assédio moral, dentre outras causas, porquedenuncia a improdutividade, a ausência de investimento pessoal no trabalho e a falta de engajamento moral de alguns trabalhadores, favorecendo atitudes violentas em relação a eles.
promove o individualismo, a hipercompetitividade e o consequente isolamento do trabalhador, que perdura solitário diante do assediador, cuja atitude ainda é justificada pela exigência de excelência e qualidade.
favorece o surgimento de organizações coletivas de trabalhadores que acabam por reconhecer e questionar a impotência inevitável do trabalhador diante do trabalho, o que gera as respostas agressivas das gerências.
favorece a judicialização do comportamento moral, que tem por efeito colateral legitimar todo comportamento que não esteja interditado pela lei jurídica, dificultando que comportamentos imorais sejam percebidos como inaceitáveis.
favorece que se reconheça um quadro que até o momento não havia sido tematizado ou questionado, pois o discurso da qualidade total perpassa tanto as condições materiais quanto psicológicas e sociais.
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