Texto I
MUROS E CONTENÇÃO TERRITORIAL
Em relação aos migrantes e refugiados, figuras emblemáticas de nossas sociedades de in-segurança, a "contenção territorial" é uma estratégia frequentemente acionada. Construção de muros ou cercas eletrificadas nas fronteiras torna-se cada vez mais corriqueiro. Em outra escala bastante distinta, casas e condomínios invertem o sentido territorial de "contenção": "conter a entrada do alegado criminoso, 'contendo-se' na relativa reclusão dos muros".
HAESBAERT, R. Sociedades biopolíticas de in-segurança e descontrole dos territórios in Oliveira, M. et alii (orgs). O Brasil, a América, a América Latina e o mundo. Rio de Janeiro: ANPEGE/ Lamparina, 2008, p. 30. (Adaptado)
Texto II
"ECOLIMITE": MAIS UM MURO
Atualmente, em nome da preservação ambiental, além de se segregar espaços voltados a empreendimentos imobiliários de alto padrão econômico, se busca restringir as áreas do solo urbano que sejam - potencialmente - ocupadas por urbanização espontânea. A Prefeitura do Rio de Janeiro mandou construir 11 km de muros para garantir áreas naturais, denominando-os de "ecolimites". Esses muros não se localizam em torno de qualquer área verde, mas sim em torno de 13 comunidades pobres.
PROST, C. O falso consenso sobre a defesa do meio ambiente in Mendonça, F. et alii (orgs). Espaço e Tempo. Curitiba: ANPEGE/ ADEMADAN, 2009, p. 196. (Adaptado)
Comparando os Textos I e II conclui-se que
o primeiro contradiz o segundo, metodologicamente
o primeiro retifica o segundo, teoricamente.
o segundo complementa o primeiro, empiricamente.
o segundo desconstrói o primeiro, analiticamente.
ambos os textos se polarizam, categoricamente.
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