Texto para as questões 57 e 58
A corte na cidade
Em fins de novembro de 1807, uma imensa frota partiu de Lisboa, em direção ao Brasil. Nela viajava a Corte portuguesa e, com ela, vinha também a esperança de conseguir garantia de que a soberania lusitana ficava a salvo da invasão que o país então sofria.
Na memória coletiva de Portugal, esse movimento da sua Corte nunca deixou de ser objeto de leituras polêmicas. Para alguns, tratou-se de uma fuga sem dignidade, fruto de uma opção política de vistas curtas, estimulada por ambiciosas alianças.
A propósito dos quase 200 anos do gesto mencionado pelo texto, assinale a opção correta.
A interpretação historiográfica dominante no Brasil é a de que a saída da Corte de Lisboa foi obra deliberada de preservação da integridade simbólica do poder real.
Apesar das proposições do revisionismo historiográfico português na matéria, há certa resistência, entre os historiadores brasileiros, à noção de que haveria um conteúdo estratégico na retirada, ao poupar-se o poder real de Lisboa às humilhações que os seus congêneres europeus atravessavam naquela quadra histórica.
A distância no tempo, as novas fontes arquivísticas compulsadas e a revisão acerca do papel de D. João, entre outros elementos, já permitem afirmar que é obsoleta a explicação da fuga como "opção política de vistas curtas".
Os 200 anos que se aproximam do gesto do ano de 1807, mencionado no texto, faz imaginar que a história se consolida como uma ciência positiva e capaz, na contemporaneidade do fato ou processo, de dar conta de toda sua complexidade.
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