História - História do Brasil - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
República, pelo menos na minha geração, que eu assisti, que acompanhei desde o Getúlio, ou melhor, desde a Aliança Liberal, que falou em números de desenvolvimento. Essa é que era a grande fascinação do Juscelino, que terminou permeando também os elementos conservadores do PSD. (...) Na realidade, sua candidatura se impôs muito com a participação [da Ala Moça]. Vínhamos apoiando o Juscelino, que tinha sido nosso colega na Constituinte, quando ele assumiu o governo de Minas com aquele binômio "Energia e Transporte", exatamente os pontos críticos do desenvolvimento brasileiro. Depois ele se desenvolveu no Plano de Metas. Então, quando o Juscelino colocava o problema em termos de metas - meta de energia elétrica, meta de siderurgia -, não havia como (...) se opor a esses objetivos, que se confundiam com o próprio interesse da nação."
[Fonte:http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/depoimentos/depoimentos.asp ]
A posse de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, integrante do PSD mineiro, à presidência da República foi um marco na reorientação da economia brasileira, rompendo parcialmente com o modelo de desenvolvimento capitalista anterior, garantindo o funcionamento das instituições liberais e democráticas no país e logrando conseguir o apoio de amplos setores da sociedade brasileira ao projeto de "desenvolvimento nacional", expresso no famoso lema dos "Cinqüenta Anos em Cinco".
A afirmativa que expressa a relevância histórica do Governo Juscelino Kubitschek é:
o golpe comandado pelo General Henrique Teixeira Lott, com apoio de líderes da UDN, a 11 de novembro de 1955, objetivava impedir a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart, respectivamente, à presidência e à vice-presidência da República, representantes da vitoriosa coligação PSD-PTB
o governo JK acabou com o tripé da economia brasileira, que estava setorizada e distribuída desde a época de Vargas entre o capital privado nacional - responsável pelas empresas produtoras de bens de consumo; o capital estatal - alocado no setor de bens de produção, e o capital agrário nacional – associado às monoculturas de exportação
o Plano de Metas, embora tenha sido a primeira experiência ambiciosa de planejamento econômico integrado no Brasil, não conseguiu conjugar, sob controle do governo, as atividades do capital público e do capital privado nacional e estrangeiro, o que implicou em total desnacionalização da economia brasileira e aumento das disparidades sociais
a aliança PSD-PTB, no Legislativo, não conseguiu manter a sua eficácia política frente à posição aguerrida da UDN que bloqueava os interesses do governo e impedia os gastos públicos, o que dificultou a aprovação do Plano de Metas, atrasando os investimentos em infra-estrutura e a construção de Brasília
o projeto de desenvolvimento juscelinista operou uma ruptura com a orientação da política econômica varguista em dois níveis, quais sejam: o privilégio dado ao setor de bens de consumo duráveis, através da produção de automóveis, eletrodomésticos e similares, e a abertura ao capital estrangeiro sob a forma de empréstimos e investimentos diretos de capital e tecnologia
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