No estudo das ideologias constitutivas do pensamento social brasileiro da Primeira República, os discursos que entrecruzam religiosidade e poder têm sido elencados como novas fontes de investigação. Assim, com base nas pesquisas realizadas nos três últimos decênios, é possível afirmar que a maioria dos intelectuais católicos, geralmente recémconvertidos, assumiu uma postura político-cultural de cunho dogmático e proselitista, desdobrada numa concepção hierarquizante de ordem social. Contudo, um pequeno grupo de letrados mostrou-se favorável à discussão da questão social, abordada nas encíclicas de Leão XIII. Entre os autores representativos desta segunda tendência, pode ser citado:
Padre Júlio Maria, que em suas Conferências, proferidas desde 1895, afirmava ser possível a coexistência entre catolicismo e liberalismo civil e político
Jackson de Figueiredo, fundador da revista A Ordem, em 1921, na qual preconizava a "restauração" de uma sociedade idealizada, com culto ao passado e rejeição da mudança;
Alceu Amoroso Lima, que a partir de meados da década de 30, privilegiou a idéia de "liberdade" à "ordem", ainda que conferisse àquele vocábulo um sentido universalista;
Padre Leonel Franca, integrante do Conselho Nacional de Educação desde os anos 30, onde defendia o papel da religião na constituição de uma ética social;
Pandiá Calógeras, que tendo assumido os Ministérios da Guerra, da Agricultura e da Fazenda, foi indicado para presidente da Liga Eleitoral Católica em 1933.
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