Como todos os historiadores, Fernão Lopes não é inocente, toma partido, mas sem comprometer a verdade a esse partido. O seu partido é o da cidade de Lisboa, é o da arraia-miúda, o dos ventres ao sol, o do bom Portugal e, também, o de João, o Mestre de Avis, chefe eleito.
(António Coelho)
Assinale a alternativa correta sobre a Revolução de Avis, que mobilizou a massa portuguesa em 1383, segundo o cronista Fernão Lopes.
A união com Castela compensaria as perdas com a crise do século XIV, trazendo à alta nobreza mais terras, cargos, ofícios, pensões vitalícias, de acordo com o papel que atribuía ao Estado de mantenedor dos direitos feudais.
Com a vitória de D. João, o grupo mercantil tornou-se a classe dominante, liderando a arraia-miúda e os mesteirais na revolução nacional e popular contra a submissão do projeto de expansão nacional aos interesses aristocráticos do estrangeiro.
A alta nobreza, refletindo o particularismo feudal, opôs-se em bloco ao projeto de soberania, retardando a ação do partido nacional, dividido nos interesses econômicos contraditórios da nova nobreza, dos artesãos e burgueses.
Supor que a massa analfabeta, ingênua e submetida às autoridades religiosas medievais colocou-se por interesse de classe sob a liderança burguesa induz ao erro de atribuir à Revolução de 1383 o caráter de uma revolução social e não do conflito dinástico que foi sua única dimensão.
A Revolução de Avis inscreveu-se no conjunto de conflitos da Guerra dos Cem Anos, sem relação com interesses de classe em Portugal.
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