História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
O texto acima retrata certas ações e práticas da elite política e militar romana, à época do Império, que evidenciavam como as diversas instâncias do poder público eram permeáveis a interesses econômicos que, não inscritos em lei, garantiam o funcionamento das instituições por meio de um código de enriquecimento que transitava pelo poder privado, tendo em vista legitimar relações de domínio no âmbito de uma sociedade escravista.
A respeito das articulações entre as relações de poder, as determinações sócio-econômicas e a cri
se, a princípio, as práticas de corrupção entre membros do poder público e homens de negócios garantiram o funcionamento das instituições imperiais resultaram em uma anarquia que se abateu sobre o Exército e o Senado romanos, destruindo o poder diárquico que sustentava o Império
a crise do IIIº século foi uma crise eminentemente político-militar, cujas raízes remontavam à corrupção e ao clientelismo que sempre caracterizaram o exercício do poder em Roma, uma vez que a economia urbana e escravista estava no auge, fomentando um enorme afluxo de riquezas das províncias para a península
a carência de mão-de-obra, a perda de autonomia das províncias e o aumento da tributação foram elementos que contribuíram para o esgotamento da crise da economia escravista romana, gerando a falência dos grandes proprietários no campo, reforçando o papel econômico das cidades e consolidando as atividades ligadas ao comércio e ao artesanato em detrimento da agricultura praticada na latifúndia romana.
a "Pax Romana" marcou o fim das conquistas romanas, tendo em vista assegurar as fronteiras ocidentais e orientais do Império sob a mira dos povos germânicos; porém, interrompeu a fonte regular abastecedora de mão-de-obra, golpeando o escravismo antigo e determinando uma crise catastrófica da economia urbana
a constante necessidade de fortificação e militarização das fronteiras do Império Romano foi um elemento determinante para explicar a crise do IIIº século porque a ampliação do efetivo do Exército estimulou práticas de propina entre seus membros, principalmente entre as legiões, desencadeando a indisciplina e a desorganização do poder militar
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