História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
"Os imperialismos do final do século XIX e do século XX diferiam tanto do espírito de conquista ou de dominação das épocas passadas quanto da expansão colonial dos séculos anteriores pela seguinte característica: estavam, mais que os outros, ligados ao capital financeiro, e a colonização ou a conquista não eram as únicas expressões de sua existência". [FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. Trad. Rosa Freire. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 34.]
Na época do capitalismo liberal e concorrencial, marcada pela hegemonia inglesa no mundo capitalista, a questão fundamental residia no intercâmbio de matérias-primas e alimentos, a preços baixos, por produtos industrializados. O comércio mundial era regido pela livre-concorrência, segundo a "mão invisível" do mercado auto-regulador de Adam Smith. As transformações do capitalismo na segunda metade do século XIX começaram a questionar a validade do liberalismo, uma vez que os problemas suscitados pela depressão de 1873 resultaram na formulação de uma nova política de expansão e de anexação de mercados externos, para garantir a continuidade da acumulação capitalista, resultando no imperialismo.
A respeito das características desse processo histórico, é pertinente afirmar:
na maior parte da África, principalmente na África Negra, embora existissem condições históricas prontas para receber os investimentos europeus, ocorreu uma desarticulação violenta das estruturas econômicas e sociais anteriores à colonização, inclusive no que se refere à posse e à utilização da terra em benefício dos colonos europeus
o aspecto principal, diferentemente da época histórica anterior, passou a residir na exportação de capitais disponíveis, sob a dupla forma de empréstimos diretos e/ou indiretos, através de bancos privados, e de inversões no setor público ou em atividades primárias, extrativas ou agrícolas, voltadas para exportação, com objetivos de modernização econômica
a Alemanha e Itália, por entrarem atrasadas para a corrida imperialista, foram os únicos países que justificaram, ideológica e cientificamente, a nova expansão colonial pela idéia de que os brancos europeus tinham uma "missão civilizadora", que estava associada à moralização dos costumes, a evangelização dos "selvagens" e ao ensino da prática do governo aos "povos atrasados", que deveriam ser conduzidos à maturidade política
a expansão imperialista dos Estados Unidos nem sempre se caracterizou pela exportação de capitais, uma vez que o estabelecimento de esferas de influência econômica e os canais de acesso a elas para proteger o território nacional eram os aspectos centrais, o que explica a ausência de investimentos no Caribe e na América Central em prol do interesse em resguardar o Pacífico como área de segurança
como a China se isolou do Ocidente durante longo tempo e resistiu fortemente à sua penetração, a ação imperialista dos países europeus na região se baseou em uma "política de portas abertas", que impedia a adoção de políticas protecionistas para facilitar a penetração de capitais no promissor mercado chinês (que possuía muitas riquezas naturais e grande disponibilidade de mão-de-obra)
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