No que concerne à aprendizagem mediada por modelos, Bandura aponta que "o fornecimento de modelos sociais é também um meio indispensável de transmitir e modificar o comportamento em situações em que os erros podem, provavelmente, levar a conseqüências fatais. Na verdade, se a aprendizagem social ocorresse exclusivamente em termos de conseqüências reforçadoras e punitivas, a maioria das pessoas não sobreviveria ao processo de socialização... De fato seria difícil imaginar um processo de socialização no qual a linguagem, as obrigações, os direitos, os costumes familiares e as práticas educacionais de uma cultura fossem modelados, em cada novo membro, através de reforçamento seletivo, sem a resposta de orientação de modelos que contêm os repertórios culturais acumulados em seu próprio comportamento". Esta crítica de Bandura à teoria tradicional se refere primordialmente ao fato de que:
a aprendizagem por modelo só é possível considerando-se o mecanismo de deslocamento como estrutura básica para a formação de personalidade, na medida em que os sintomas psiconeuróticos advém deste mecanismo;
considerando-se a influência dos fatores externos sobre o comportamento, o homem não é capaz de se autodirecionar ou de se automotivar sem que existam intervenções de reforçamento bem planejadas;.
desde o período de operações concretas está sendo formado o egocentrismo, em que o pensamento lúdico mistura a realidade com fantasia, o que determina uma percepção muito distorcida da realidade;
sobre o conjunto inicial de reflexos (alimentares, posturais e defensivos) sempre são estabelecidos os processos corticais que formam a base determinadora da capacidade de adaptação à realidade social;
somente através de um processo lento e gradual de condicionamento seriam impossíveis a acumulação e transmissão de hábitos, valores, crenças, usos e costumes que atuam em uma dada sociedade.
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