O alimento serve para nutrir o corpo, mas também a imaginação, o relacionamento. "Comer e evacuar, tomar e dar, receber e doar, ser enchido e esvaziado, ou seja, nutrir e limpar: a maior parte do relacionamento com a criança pequena passa através desses gestos, aparentemente inócuos e naturais, como a nutrição e a evacuação" (Bondioli, Anna e Mantovani, Susanna. Manual de Educação Infantil – de 0 a 3 anos). Assinale a alternativa que registra uma rotina da creche, envolvendo a dimensão do "cuidar e educar"- dimensões indissociáveis – na hora do almoço.
Toca um sino. As crianças são postas em fila e encaminhadas às mesas. Sentam-se. A professora Lara pergunta: "qual é a musiqueta de esperar a comida?" Cantam. Os pratos são servidos pela funcionária da cozinha. As crianças começam a comer em silêncio. Os adultos, enquanto as crianças se alimentam, começam a conversar sobre salário. Trata-se de atividade cotidiana, por definição, repetitiva, necessária, inevitável e básica.
Todas as crianças de um a dois anos sentam- se à mesa. A funcionária vai dando a comida, falando "abram a boca", "agora. Mastiguem". Uma criança devolve uma garfada. A funcionária vira para a criança, limpa o espaço e fala repreendendo: - Sua danada está ficando teimosinha e mimada. Coma. O desenrolar da refeição implica em momentos de conforto entre duas vontades: a do adulto, que mede o seu poder de educador, e a criança, que mede as suas forças e seus graus de autonomia.
As crianças estão na fila, distribuindo-se em torno da mesa. Uma funcionária coloca agressivamente os copos e talheres; parece estar com muita raiva. Outra funcionária traz os pratos cheios de comidas. Um adulto entra no refeitório, fala alto, chamando a atenção das crianças e afirma: - Agora é hora de comer, chega de conversinhas e brincadeiras. A comida que poderia ser a grande socializadora pode se transformar em veneno, sufocação.
As crianças estão na fila, em frente ao balcão que distribui as comidas. A escola adota o "self-service" para possibilitar o desenvolvimento da autonomia infantil. As crianças pegam o prato, escolhem os alimentos, dirigem-se às mesas e começam a comer. Uma satisfação alimentar é uma sedução, principalmente quando acontece pela própria escolha da criança; ninguém morre de fome com comida na frente e não há necessidade de um adulto supervisionando o que a criança come. A professora em pé observa os movimentos e fala: - Comam, pois depois é a hora do soninho.
A professora Lara coloca as crianças em roda e fala: - Agora, nós vamos almoçar . Afirma que o almoço é um convite para passar horas saboreando algo gostoso e bom, que nos deixa fortes e também para conversar com os colegas. A refeição é oferecida de modo bonito, agradável. As atividades, mesmo cotidianas, devem ser prazerosas para as crianças.
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