Dos procedimentos formais de que o poeta lança mão na fatura do poema, é correto destacar
o espelhamento presente nos versos espelho contra espelho e Narciso a Narciso, e a sequência de palavras mira, admira e mentira, em que, mais do que rimas, temos dois vocábulos em que uma mesma palavra como que se espelha.
o uso da sinestesia, na mistura entre os sentidos da visão, da audição e do tato, e a metrificação rigorosa que apresenta versos de dez e de quatro sílabas poéticas, sugerindo a alternância entre um Narciso e outro.
a personificação do espelho e o hipérbato presente no verso em que ele a própria imagem mira, inversão da ordem natural das palavras que sugere a interposição do espelho entre ser e imagem.
expressões metafóricas como a própria imagem mira e reflete o que o admira, e as aliterações e assonâncias presentes em quase todos os versos como em olhar, outro, corpo, própria e que remetem à quebra do espelho.
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