Ao se refletir sobre o ensino da componente curricular Língua Portuguesa, nas escolas brasileiras, pode-se pensar em ensinar gramática e/ou estudar a língua. Relacionado a isso, Bagno (2004) expõe alguns apontamentos teóricos da professora Irandé Antunes. Antunes (1999) posiciona-se sobre os equívocos comuns no que se refere às palavras gramática e língua. Para a autora, falar ou escrever é ativar sentidos e representações já sedimentados que sejam relevantes num determinado modelo de realidade e para um fim específico; é, antes de tudo, agir, atuar socialmente; é, nas mais diferentes oportunidades, realizar atos convencionalmente definidos, tipificados pelos grupos sociais, estabilizados em gêneros, com feição própria e definida. Com isso, aponte a alternativa que está discrepante com o posicionamento da autora.
- A. Falar ou escrever não é apenas uma questão de gramática, de morfologia ou de sintaxe, não é apenas uma questão de executar, certo ou errado, determinados padrões linguísticos. Não é tampouco somente formar frases, nem sequer juntá-las, por mais bem formadas que elas estejam.
- B. A gramática, constituinte da linguagem, é imprescindível, suficiente para preencher todos os quesitos para a atuação verbal adequada de falar e escrever.
- C. Falar ou escrever significa usar os recursos da língua de todas as maneiras possíveis, inclusive para seguir as regras padronizadas, tradicionais, se forem adequadas para a situação comunicativa que o falante utilizará e/ou se forem do agrado e do interesse do falante.
- D. Para falar ou escrever não é necessário saber a classificação de palavras e de funções de palavras, memorizando as regras gramaticais.
- E. Para falar ou escrever, adequadamente, faz-se necessário debruçar-se sobre um fato linguístico e tentar desvendar seu mecanismo, deduzir o funcionamento da linguagem em seu estreito vínculo com o pensamento e com a interação social.