Questão número 665577

O evento


    “O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: ‘Alô. Dois quatro sete um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou? Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu! Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não’. Desligou o telefone. O pai perguntou: ‘Mauro teve um filho?’ A mocinha respondeu: ‘Não. Casou’.”


MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO ANTIGAMENTE(FERNANDES, Millôr. Evento. In: FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 78-79.) 
Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir CORRETAMENTE que:

    A) O pai tem um conhecimento de mundo que lhe permite supor que Mauro teve um filho, já que a mocinha dissera: “Que maravilha! Meus Parabéns!!! Homem ou mulher?” Entretanto, houve uma quebra da linguagem artificial ao se aproximar da linguagem natural, quando a filha responde que Mauro havia se casado; essa quebra confirma-se na moral apresentada.

    B) O conhecimento de mundo do pai é limitado e age em desconformidade com o texto apresentado, uma vez que ao perceber o que Mauro dissera à mocinha, na reação dela em: “É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou mulher?” é aplicado, no fim do texto, uma moral divergente com a realidade, já que o mundo moderno difere do “de antigamente” e, consequentemente, as nuances textuais são feitas em conformidade com os textos usuais.

    C) Percebe-se que, todas as análises interpretativas do texto são auferidas pelo narrador em 1ª pessoa, no qual consegue manipular o sentido do texto para o leitor. Assim, o texto por si consegue cumprir o processo de construção de sentido, dispensando todos os pressupostos e subentendidos.

    D) No texto, há apenas a presença de coesão em um nível microtextual, uma vez que há quebra da linguagem natural ao se aproximar da linguagem artificial, quando a mocinha responde que Mauro havia se casado; essa quebra confirma-se na moral em destaque.

    E) A moral apresentada no texto é prova categórica do entendimento do pai de todo o contexto discursivo, já que a ideia central da tessitura textual gira em torno do que foi dito pela mocinha em: “Homem ou mulher? Ah! Que bom!...”, fazendo o narrado observador ironizar o suposto casamento de Mauro, no qual se dá de forma desconhecida, posto que não se sabe se foi com um homem ou uma mulher.

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