BODÓDROMO
A fama do bode fez a fama de um complexo de restaurantes em Petrolina, e que tem o sugestivo nome de Bodódromo, que serve mais de 20 pratos feitos com as carnes de caprinos e ovinos.
Em um desses restaurantes, a carne é retalhada momentos antes de ser servida, e a salga, que servia para conservar a carne, hoje é usada apenas como tempero.
O tempo de cura da carne também mudou e agora não passa de duas ou três horas, bem menos do que se via antigamente, quando a carne passava a noite estendida antes de ser consumida.
O processo de cura foi sendo aprimorado com o tempo. Hoje, a quantidade de sal é bem menor, a secagem é feita à sombra e por menos tempo. Isso resulta em um produto com mais suculência e mais maciez.
No Bodódromo, o espeto com a manta de bode ganha as mesas lotadas do restaurante. A manta de Petrolina realmente é um atrativo dos restaurantes do local. Mas nem toda manta de bode é necessariamente
de bode. Historicamente, caprinos e ovinos são conhecidos no Nordeste como bode. Comercialmente, o cordeiro tem destaque e costuma ser mais vendido nos restaurantes. Os caprinos também se transformam em manta, no entanto, eles são mais utilizados na casa. Ou seja, o bode leva a fama, mas acaba que o cordeiro é o animal que mais tem apelo comercial, sendo transformado em manta e resultando em um maior número de vendas.
Trecho adaptado. G1 - Globo Rural, em 05/04/2020. Disponível em: https://glo.bo/2yFqqlL.