Considere uma paciente de 23 anos de idade, oriunda de um contexto de baixa renda, que mora com os pais, ambos desempregados, sendo o trabalho dela a única fonte de renda e subsistência da casa. Ela trabalha como vendedora de seguros em uma grande empresa da própria cidade. A forma de remuneração da paciente tem base no cumprimento de metas, que se tornam mais expressivas cada vez que ela consegue cumpri-las. Relata que a respectiva relação com seu chefe é pacífica e que se sente respeitada, contudo expressa fortemente o próprio desconforto quando lhe são apresentadas novas metas de trabalho. Ela trabalha na empresa há três anos e conta que, nos últimos 10 meses, tem sentido cada vez mais dificuldade em bater as metas de vendas, o que tem gerado um estado generalizado de ansiedade. Relata que, quando está no trabalho, sente-se tonta e enjoada e, quando volta para casa, não consegue se desconectar das suas obrigações com o cotidiano laboral. Expressa que o simples fato de pensar em trabalhar já lhe causa um conjunto de sentimentos e sensações desconfortáveis. Afirma não gostar da atual ocupação e caracteriza o trabalho como sendo um contexto de muita pressão e cobranças; além disso, diz que não se sente desafiada e que não vê as próprias potencialidades sendo exploradas pela organização. Não percebe incentivos mais específicos para o incremento das vendas que não o ganho financeiro, o qual acredita ser baixo para o esforço despendido. No entanto, por ser a única provedora material da própria família, sente que não há alternativas de mudanças em um curto prazo. Sonha em se formar em contabilidade e espera ter menos pressão em seu contexto de trabalho para iniciar esse sonho.
Com relação a esse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos correlatos, julgue o item a seguir.
Na atual conjuntura, a paciente vincula-se à organização que a emprega de maneira calculativa.