Da publicação de uma colunista, e também professora, em uma revista nacional, extraiu-se a seguinte vivência: Em um mundo cada vez mais digital, ainda cultivo o hábito de guardar papéis, cartas, bilhetes e atividades dos estudantes com quem tenho convivido desde a última década como se fossem verdadeiros tesouros. Dentro do meu cofre, encontrei uma atividade feita pela Larissa, aluna que, na época, tinha 12 anos. Ao ser perguntada sobre os seus sonhos, ela respondeu:
O meu maior desejo é virar uma advogada. Desde pequena, quando o meu pai foi preso, eu sonho com isso. Quando o meu pai saiu, eu fiquei muito feliz, mas ele só ficou dois anos na rua. Então esse é o meu maior sonho, ser advogada para tirar o meu pai da cadeia. Sei que vou ter que estudar muito, mas tenho certeza que vou conseguir.
Quando me deparo com sonhos como o da Larissa, vejo que não há justiça quando a maioria precisa enfrentar toda ordem de dificuldades para galgar melhores condições de vida, ao passo que uma minoria detém todas as oportunidades. Além de perverso, uma vez que deposita nas classes pobres a culpa pela fragilização de suas vidas, tal discurso tem servido para criminalizar a pobreza e a miséria. Trabalho para que essa visão deturpada da realidade não contamine meus alunos.
Isto posto, infere-se da reflexão acima, uma crítica relacionada a/ao:
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