José Eli da Veiga, no começo deste século, publicou um livro com um título chamativo: Cidades imaginárias: O Brasil é menos urbano do que se calcula. Apesar do pouco rigor científico, pois se tratava de uma coletânea de artigos de opinião para um grande jornal, o livro gerou inúmeros debates por tocar na ferida de uma problemática conceitual fundamental à Geografia: o entendimento sobre a definição do rural e urbano no Brasil. Historicamente, no país, em especial o IBGE (e seus respectivos estudos e coletas de dados censitários), para fins de gestão do território, considerou esses espaços pela/o:
A) tamanho populacional, ou seja, o urbano seria definido pela concentração populacional enquanto o rural por sua dispersão.
B) dimensão político-administrativa, ou seja, na existência limites oficiais de diferenciação, considerando o rural e o urbano como adjetivos territoriais.
C) densidade demográfica, ou seja, pelo número de habitantes por quilômetros quadrados, modelo esse adotado à semelhança da OCDE.
D) natureza das atividades econômicas, ou seja, o rural com predominância de atividades primárias e o urbano de secundárias e/ou terciárias.
E) funcionalidade urbana, ou seja, o espaço urbano tem que ofertar uma série de serviços que são exclusivos ao espaço urbano em detrimento do rural.