Sobre a história contemporânea da África, Martin Meredith assinala que, na altura da década de 1980, a África era conhecida por seus Big Men, ditadores militares e presidentes de partido único que ocupavam o cargo reforçando seu controle pessoal, reprimindo qualquer oposição ou dissidência, autorizando polícias secretas a silenciar seus críticos, intimidando a imprensa, limitando o poder dos tribunais de justiça e tornando-se extremamente ricos (O destino da África. Cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Rio de Janeiro: Zaahar, 2017).
Acerca de referido período histórico, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Embora fizesse um progresso acelerado em frequência escolar e assistência médica, a maioria dos governos africanos não conseguia desenvolver programas econômicos eficazes para melhorar a situação de suas populações, notadamente porque as recompensas da independência foram colhidas por pequenos grupos privilegiados.
B) O foco na industrialização e na agricultura como motor do desenvolvimento foi desastroso. Em pouco tempo os estados africanos estavam repletos de indústrias e grandes produtores rurais que sofriam fortes ingerências políticas, exigindo subsídios enormes do governo para mantê-las funcionando.
C) Na Tanzânia, um experimento socialista na agricultura, que envolvia o desenraizamento de populações dispersas, deslocando-as para grandes aldeias comunais, em que teriam serviços básicos à disposição, como escolas e clínicas, mostrou-se desastroso, conduzindo à queda drástica da produção de alimentos e aumentando o espectro da fome.
D) Com o aumento da taxa de crescimento populacional, os governos africanos passaram a não conseguir lidar com a demanda por escolas, hospitais, habitação e serviços básicos, como o abastecimento de água, o que foi especialmente agravado pelos impactos da crise do petróleo, como reflexo das guerras árabe-israelense e entre Irã, que encareceram o preço dos combustíveis e fertilizantes, além de impactar na disponibilidade de equipamentos agrícolas.
E) Na década de 1980, foram criados vários pacotes internacionais de resgate para lidar com o declínio econômico da África, tendo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional para ajudar os governos africanos com apoio financeiro, desde que concordassem com uma reforma econômica radical, que passava pelo aumento dos preços das mercadorias agrícolas, remoção de subsídios urbanos, corte de burocracias inchadas e venda ou fechamento de empresas estatais, desvalorização de moedas e redução de déficits orçamentários e da dívida pública.