O ensinar
Por Maria H. B. Passamai (adaptado).
Se buscarmos conceituar o que é ensinar, encontraremos definições como: Ministrar o ensino [...]; instruir; lecionar; educar; dar a conhecer; transmitir conhecimentos (AURÉLIO, 1986, p. 660) ou [...] repassar ensinamentos; doutrinar; transmitir experiência prática [...] tornar conhecido, familiar; mostrar com precisão; indicar (HOUAISS, 2001, p. 1159). Por outro lado, ensino [...] vem de ensinar (lat. Insegnare) que quer dizer dar preleções sobre o que os outros ignoram ou sabem mal (NÉRICE, 1989, p. 47). Mas, no enfoque didático, o ensino [...] é a ação de prover circunstâncias para que o educando aprenda, podendo ser a ação direta do professor (como no caso da preleção) ou indireta (como no caso de orientar o educando para pesquisar) (NÉRICE, 1989, p. 47). Desse modo, a ação de dirigir a aprendizagem do aluno, organizando-a, selecionando os conteúdos, as tarefas e as avaliações, é compreendida muito claramente como a função dos professores.
Os professores são, portanto, aqueles que professam algo que consideram verdadeiro, válido, necessário e útil para a perpetuação da cultura e daqueles objetivos indicados pela sociedade para preservação de sua sobrevivência. São pessoas especializadas e habilitadas para, sistematicamente, passar para o aluno/aprendente [...] um conjunto de conhecimentos que o tempo e a experiência selecionaram da cultura universal e diz respeito à nossa vivência cultural (TOSI, 2001, p. 24). Portanto, fica evidente que os conhecimentos acumulados ao longo da existência humana vão ser transmitidos pelo ensinante ao aprendente, mas, para tal, esses conhecimentos necessitam ser selecionados e organizados em conteúdos considerados, pela sociedade, como mais relevantes às suas crianças e jovens.
Visto dessa forma, o ato de ensinar indica que [...] a função do professor/a será facilitar o surgimento do contexto de compreensão comum e trazer instrumentos procedentes da ciência, do pensamento e das artes para enriquecer [...] espaço de conhecimento compartilhado, mas nunca substituir o processo de construção dialética desse espaço, impondo suas próprias representações ou cerceando as possibilidades de negociação aberta de todos e cada um dos elementos que compõem o contexto de compreensão comum.
(Didática - 1951. - Vitória, ES : Universidade Federal do Espírito Santo, Secretaria de Ensino a Distância, 2011. Fonte: https://bit.ly/3fqsVtC)