Se defendemos a ideia de que o objeto de intervenção da Terapia Ocupacional é a ocupação humana e a vida ocupacional dos sujeitos, devemos considerar que escutar a vida é muito mais do que pensar a própria saúde (DELEUZE, 1989). Ou seja, a intervenção ocupacional conceitualmente vai além da intervenção pela busca do processo de cura de uma doença ou da anulação de uma alteração práxica. Diante do processo de alta serão apresentadas algumas considerações necessárias, EXCETO
A) O importante é que o critério de alta se torne um objetivo a ser alcançado por si só, sem considerar a singularidade e o tempo peculiar de cada sujeito, o que é mais importante do que o campo específico de atuação ou a teoria que respalda a ação profissional
B) Em outros casos, o paciente vê no ambiente terapêutico uma possibilidade rara de ser escutado, de obter afeto, de conseguir construir projetos e laços sociais. Nessas ocasiões, a alta pode soar como algo ameaçador e como a efetiva perda de todos esses ganhos.
C) É indicada a participação ativa dos familiares e do usuário juntamente à equipe na construção de sua alta, processo que não deve ficar restrito às paredes institucionais ou às reuniões de equipe.
D) A construção da possibilidade de alta deve sempre estar presente nos objetivos terapêuticos, uma vez que a terapêutica ocupacional deve criar possibilidade de fortalecimento do sujeito e de sua autonomia, e não de uma dependência permanente de outro para a aquisição de novas possibilidades de vida.
E) Em situações de alta, sabemos como a própria condução das atividades pode se dar no sentido de ajudar o usuário a dar passagem às suas potências de vida, à construção de novos agenciamentos, podendo ser utilizada para fornecer o contorno necessário para a independência em relação ao terapeuta.