Estamos desenvolvendo estudos sobre aquisição bilíngue bimodal por crianças Kodas e por crianças surdas com implante coclear (IC) que possuem acesso irrestrito ou restrito à língua de sinais, e que receberam e ativaram o IC precocemente (entre 2 e 4 anos de idade). As crianças surdas com IC, filhas de pais surdos, possuem acesso irrestrito à língua de sinais, enquanto que, as crianças surdas com IC, filhas de pais ouvintes, possuem um acesso restrito à língua de sinais (a exposição à língua de sinais geralmente é menor, pois os pais estão iniciando a aprendizagem da língua de sinais, e a criança interage com usuários da língua de sinais em outros contextos fora do lar). Dessa forma, para essas crianças o processo de aquisição da linguagem ocorre desde o nascimento ou muito cedo, por meio da língua de sinais e o atraso no início do processo de aquisição da linguagem é evitado. Nesses casos, a criança surda tem a oportunidade de desenvolver-se linguisticamente de forma esperada (normal), pois entre o período de diagnóstico da perda auditiva e realização da cirurgia para colocação do IC, ativação do mesmo, mapeamento (regulagens) e 'real acesso' à língua oral a criança tem acesso à língua de sinais por meio de interações com nativos ou não-nativos fluentes. (QUADROS, 2016)
Quando a pesquisadora faz uso do conceito de normalidade em relação a criança surda que recebeu implante coclear ela pretende:
A) explicar que para as pessoas surdas a sinalização, ainda que sejam pessoas com implante coclear, representa no território da cultura da linguagem a normalidade porque, sendo o ser humano alguém que nasce apto a falar, será inato na pessoa surda a potencialidade do pensar, comunicar-se e interagir no mundo por meio das línguas sinalizadas.
B) explicar que para as pessoas surdas a oralização, ainda que sejam pessoas com implante coclear, representa no território da cultura da linguagem a normalidade porque, sendo o ser humano alguém que nasce apto a falar, será inato na pessoa surda a potencialidade do pensar, comunicar-se e interagir no mundo por meio das línguas sinalizadas.
C) explicar que para as pessoas surdas a leitura labial, ainda que sejam pessoas com implante coclear, representa no território da cultura da linguagem a normalidade porque, sendo o ser humano alguém que nasce apto a falar, será inato na pessoa surda a potencialidade do pensar, comunicar-se e interagir no mundo por meio das línguas sinalizadas.
D) explicar que para as pessoas surdas a gestualidade, ainda que sejam pessoas com implante coclear, não representa no território da cultura da linguagem a normalidade porque, sendo o ser humano alguém que nasce apto a falar, será inato na pessoa surda a potencialidade do pensar, comunicar-se e interagir no mundo por meio das línguas sinalizadas.
E) explicar que para as pessoas surdas a mímica, ainda que sejam pessoas com implante coclear, representa no território da cultura da linguagem a normalidade porque, sendo o ser humano alguém que nasce apto a falar, será inato na pessoa surda a potencialidade do pensar, comunicar-se e interagir no mundo por meio das línguas sinalizadas.