O currículo é o polo estruturante do trabalho dos educadores e afeta a organização do trabalho dos educandos. A organização de trabalho dos educadores é condicionada pela organização escolar que, por sua vez, é inseparável da organização curricular. Uma porta de entrada para repensar e reinventar os currículos é
a reorganização curricular com base no trabalho mais coletivo dos(as) educadores(as), no planejamento por coletivos de área ou por coletivos de ciclo, revendo os conteúdos de docência e de ação educativa. Também nos coletivos docentes passar a investigar os currículos a partir dos educandos, pois não há como ignorá-los. Tornam-se, assim, produtores coletivos do currículo.
a integração com as famílias. Os educandos e as famílias obrigam a manter o nosso sistema educacional, a estrutura das escolas de forma rígida, disciplinada, normatizada, segmentada, em níveis, séries, estamentos e hierarquias. O trabalho docente reproduz essas estruturas, hierarquias, níveis, prestígios, carreiras e até salários, hierarquizados. As sociedades, por meio das famílias dos educandos, produzem os currículos escolar, que condicionam a vida profissional dos educadores e a escolaridade dos estudantes.
a concordância com os currículos existentes nas escolas que, organizados pelos órgãos do sistema, inspirados no referente político da garantia do direito de todos ao conhecimento, à cultura, permitem a humanização do trabalho dos profissionais das escolas; hierarquizam os docentes.
olhar os alunos, pois o ordenamento curricular representa uma determinada visão do conhecimento e uma determinada visão dos alunos. O currículo deve partir de protótipos de alunos e estrutura-se em função desses protótipos, reproduzindo e legitimando-os. O ordenamento curricular termina reproduzindo e legitimando a visão que, como docentes ou gestores, os profissionais têm educandos, das categorias e das hierarquias em que os classificam.
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