"A gente passa a roupa, pega a roupinha mais bonitinha que a gente tem, quando chega lá é discriminado."
Felícia R. Madeira, ao analisar a questão da violência nas escolas, argumenta sobre a dificuldade que os professores têm de entender o jovem pobre, dificuldade esta permeada pelo preconceito, que tem como referência um imaginário construído sobre o "jovem ideal pobre" versus o "jovem real". Para a autora, é como se os professores dissessem:
"Sabemos tratar com adolescentes, mas pobres não têm direito à adolescência."
"Quando os desejos de consumo das camadas de baixo não se realizam, o caminho do tráfico e das transgressões fica mais atraente."
"É difícil uma família que briga pela cachaça, pelo cobertor, entender a escola. Estudar para quê?"
"Falta interesse porque faltam valores morais que estes jovens não têm em casa."
"É, não tem jeito, esse aí tem que ir trabalhar, porque não dá para os estudos."
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