(O melhor professor) é aquele que quer que o aluno aprenda, que se empenha pra que o aluno aprenda, não aquele professor que finge que ensina e o aluno finge que aprende. (...)
O professor que saiba valorizar o nosso trabalho. (...) Que explica a matéria bem, devagar. Que quando eu não vou aprendendo, vai repetindo (...)
Para Júlio Groppa, estes depoimentos revelam que para que o professor possa fazer valer seu projeto moralizante, o aluno impõe as regras operacionais: é preciso parecer familiar, próximo, amigo. A senha para esta passagem será, então, a amizade − o que traduz a tentativa de simetrização dos lugares instituídos, e que resultaria na simulação de uma parceria.
Estabelece-se, assim, para o Autor, uma espécie de barganha imaginária, em que cada qual, perante os riscos imanentes, requer que o outro abra mão do que lhe for mais caro:
para o aluno, a obediência voluntária; para o professor, a hegemonia de seu lugar.
para o aluno, a disposição para aprender; para o professor, a vontade de ensinar.
para o aluno, a dedicação só quando o professor é amigo; para o professor, conseguir que todos os alunos aprendam.
para o aluno, fazer o que tiver vontade na classe; para o professor, a atenção e dedicação de todos.
para o aluno, a indisciplina; para o professor, os objetivos do projeto escolar.
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