Questões de Arqueologia da Escola de Administração Fazendária (ESAF)

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Entre os métodos de datação absoluta atualmente disponíveis para o estabelecimento de cronologias arqueológicas, indique qual das opções abaixo destaca métodos que permitem a datação direta de um vestígio arqueológico.

  • A.

    Radiocarbono e potásio-argônio.

  • B.

    Termoluminescência e séries de urânio.

  • C.

    Radiocarbono e séries de urânio.

  • D.

    Ressonância eletrônica de spin e potássio-argônio.

  • E.

    Radiocarbono e termoluminescência.

Alguns sítios e monumentos arqueológicos sempre foram conhecidos (por exemplo, as pirâmides do Egito), outros foram descobertos por acaso (por exemplo, Lascaux, descoberta por escolares durante a 2ª Guerra Mundial) e por leigos (o exército de terracota do 1º imperador da China). Quando não há informações sobre a existência de sítios numa determinada área, o arqueólogo deverá proceder

  • A.

    à prospecção superficial, geofísica ou aérea da área a ser investigada, recorrendo a um reconhecimento superficial total ou por amostragem (oportunística ou probabilística) e à realização de sondagens.

  • B.

    ao levantamento dos sítios existentes na área a ser investigada por meio da realização de poços testes e à escavação de todos os sítios localizados.

  • C.

    à definição de estratégias de escavação de trincheiras na busca das evidências.

  • D.

    à utilização exclusiva de técnicas de amostragem na realização de sondagens sub-superficiais para detectar sítios arqueológicos, pois a maioria das evidências não se encontra visível por meio de percurso de área.

  • E.

    ao levantamento bibliográfico, gráfico e fotográfico da área a ser investigada para o reconhecimento prévio da totalidade dos sítios.

As técnicas de escavação não são universalmente válidas possuindo características diversas em épocas e ambientes culturais diferentes. As técnicas não são neutras, pois derivam dos pressupostos epistemológicos e, em última análise, político-culturais subjacentes à prática arqueológica e, ainda, as técnicas são diferentes tendo em vista a satisfação de objetivos diversos. Essa constatação levou o arqueólogo M. Wheeler a afirmar que não há técnicas corretas de fazer arqueologia, mas muitas erradas. Não obstante, ele propôs técnicas de escavação que ficaram conhecidas como "método Wheeler", que compreendem

  • A.

    o desenterramento de grandes estruturas fixas como muros, colunas, pavimentos etc. e a recuperação de objetos preciosos por meio da realização de trincheiras e sondagens usando instrumentos como a pá e picareta; o material não-pertencente à cultura em estudo era jogado fora.

  • B.

    a escavação em grande superfície e notação tridimensional detalhada dos vestígios encontrados nos estratos. No método da decapagem, cada objeto é cuidadosamente solto até sua base com a ajuda de uma espátula de dentista e de um pincel.

  • C.

    a delimitação no terreno da área a ser escavada por quadrículas, a preservação de testemunhos entre essas, a transcrição gráfica do corte estratigráfico a partir das 2 paredes preservadas em cada quadrícula; a numeração dos estratos no corte da parede; a atribuição dos artefatos aos estratos numerados.

  • D.

    a prospecção intensiva da área em estudo com objetivo de selecionar os sítios a serem escavados na sua totalidade, com o intuito de obter uma visão sincrônica e diacrônica do conjunto.

  • E.

    a seção cumulativa, que consiste na escavação de um estrato até uma linha pré-estabelecida, onde se desenha a seção. A seção cumulativa sobre uma grande superfície restitui uma visão do solo de habitação muito próximo daqueles que tinham seus habitantes no momento de sua partida.

A utilização dos métodos estratigráfico e tipológico para o estabelecimento de cronologias relativas decorre dos seguintes raciocínios:

  • A.

    quanto mais complexos e ricos forem os elementos que integram a tipologia de um objeto, resultará mais clara e precisa sua seqüência cronológica nos estratos; o tipo e a forma de um instrumento serve para a sua colocação no tempo e no espaço.

  • B.

    quando temos um vestígio isolado, porém pertencente ao mesmo estrato, ele pode ser considerado um elemento intrusivo, ou seja, de outra cultura; tudo que é dessemelhante em um mesmo estrato pertence a culturas diferentes; a diversidade é dada pela estratigrafia.

  • C.

    todos os vestígios encontrados em um mesmo estrato são sincrônicos; tudo que está em cima é mais recente; tudo que está em baixo é mais antigo; todos os vestígios tipologicamente associados a uma dada seqüência estratigráfica podem ser utilizados como referência para classificar temporalmente outros conjuntos culturais.

  • D.

    quando elementos de uma cultura estão em contato com um estágio determinado e datado no desenvolvimento de outra, automaticamente podemos fazer paralelismos cronológicos; temos condições de calcular o tempo transcorrido desde a chegada do objeto de uma cultura à outra.

  • E.

    o estudo tipológico de uma coleção de superfície de um sítio destruído permite inferir a ordem estratigráfica original de deposição destes artefatos.

Indique qual das seqüências abaixo melhor caracteriza o planejamento ideal de uma atividade de campo de caráter regional.

  • A.

    Levantamento de fontes documentais, prospecção, coleta superficial e escavação.

  • B.

    Levantamento bibliográfico, sondagem de subsuperfície, coleta amostral e escavação.

  • C.

    Levantamento de informações orais, coleta superficial, prospecção e sondagem.

  • D.

    Levantamento de registros cartográficos, coleta superficial, prospecção e escavação.

  • E.

    Levantamento fotográfico, georreferenciamento, escavação e tipologia de sítios.

Quanto à fabricação da cerâmica, sabe-se que alguns materiais são incorporados à argila para dar uma maior maleabilidade, consistência e para neutralizar rupturas ou compressões durante o cozimento. Quanto mais miúdo o material, melhor será a resistência da vasilha. Esses elementos incorporados são

  • A.

    o alisamento, o polimento, a brunidura, os engobos, os banhos, a decoração plástica e pintada.

  • B.

    o antiplástico ou tempero, que podem ser a hematita, o feldspato, o quartzo e a areia.

  • C.

    o acordelado espiralado ou roletado, anelado, moldado, batido, torneado ou ainda combinação de técnicas.

  • D.

    o tempero ou antiplástico, que podem ser conchas trituradas, areia, palha, cacos moídos, erva, fragmentos de esponja etc.

  • E.

    as técnicas de queima (aberta ou fechada), os tipos de queima (oxidante ou redutora), tipos de combustível e temperatura alcançada.

A classificação da cultura material é essencial na análise arqueológica. Na análise cerâmica, a natureza dos atributos selecionados e as categorias definidas podem variar consideravelmente de acordo com os objetivos da classificação e do projeto de pesquisa. Entre os atributos de uma análise tecnológica estão

  • A.

    a forma do vaso, forma da borda, ângulo de inclinação da borda, forma da base, forma do lábio, espessura da parede, diâmetro da borda.

  • B.

    o método de construção/manufatura do vasilhame, o antiplástico, o tratamento das superfícies, tratamento da borda/lábio, tipo de queima, tratamento pósqueima, textura, cor e marcas de uso.

  • C.

    as matérias-primas e os tipos de argilas identificadas, a olho nu ou com uma lupa, nos fragmentos ou recipientes cerâmicos, percursos de áreas para a localização de possíveis fontes de matérias-primas e estudo da geografia e dos dados das geociências sobre a região.

  • D.

    as técnicas de construção e manufatura como a construção, forma e tipo do lábio da borda e da base, a existência ou não de apêndices como alças, asas, bico, furos e apliques.

  • E.

    a forma geométrica e contorno (simples, composto, inflectido, complexo) do corpo e os pontos característicos (terminais, tangenciais, de inflexão e angulares), espessura da parede, inclinação da parede, forma da boca, diâmetro de abertura e profundidade reconstruída.

O desenvolvimento da tecnologia de produção da cerâmica, faiança, vidro e os metais pressupõe o controle de calor. A produção desses materiais está condicionada ao conhecimento de suas propriedades e das técnicas necessárias para obtenção de temperaturas mais elevadas. Indique qual das seqüências abaixo melhor caracteriza o desenvolvimento da pirotecnologia ao longo do tempo.

  • A. Faiança, cerâmica, vidro, cobre, ferro e bronze.
  • B. Porcelana, louça, cerâmica, faiança e vidro.
  • C. Vidro, faiança, cerâmica, cobre, bronze e ferro.
  • D. Cobre, bronze, ferro, cerâmica, faiança e vidro.
  • E. Cerâmica, faiança, vidro, cobre, bronze e ferro.

A partir dos dados derivados da arqueologia experimental quanto aos processos de produção e uso de cerâmica arqueológica é correto afirmar que

  • A.

    os aspectos funcionais de um vasilhame são determinados pela relação geométrica entre volume total e diâmetro de abertura, associados à variação dos ângulos de inclinação da borda.

  • B.

    em geral, a decoração incisa e pintada é uma atividade anterior ao processo de queima dos vasilhames, com exceção das técnicas decorativas que utilizam apliques modelados.

  • C.

    diferenças na temperatura de queima dos vasilhames vão produzir padrões de oxidação distintos, sendo a queima em baixas temperaturas responsável pela produção de uma coloração escura de núcleo.

  • D.

    a adição de anti-plástico durante o processo produtivo confere à argila maior permeabilidade e porosidade, agilizando o processo de queima.

  • E.

    a técnica de confecção mais comum entre os grupos ceramistas brasileiros é o modelado, identificável pelo padrão de fratura anelar dos fragmentos cerâmicos.

O estudo arqueológico de padrões de subsistência baseia- se em métodos interdisciplinares, relacionados à interação de campos de estudo como a zooarqueologia, a tafonomia, a paleo-botânica e a antropologia biológica. Entre as opções abaixo, marque aquela que descreve incorretamente métodos associados à reconstrução de padrões de consumo a partir do estudo de evidências arqueológicas.

  • A.

    Análise dos padrões de composição, alteração e fratura de conjuntos arqueofaunísticos.

  • B.

    Concentração de isótopos de C18 e C16 no colágeno ósseo humano.

  • C.

    Identificação (NRI) e quantificação (NMI) de restos arqueofaunísticos.

  • D.

    Análise dos padrões de desgaste e patologias dentárias humanas.

  • E.

    Análise arqueométrica de resíduos vegetais aderidos a recipientes cerâmicos.

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