Questões sobre Área: Biotério

Eutanásia, do grego “eu”- bom - e “thanatos”- morte -, constitui-se no modo humanitário de matar o animal, sem dor e com mínimo desconforto. É a prática de causar a morte de um animal de maneira controlada e assistida para alívio da dor e/ou do sofrimento. Segundo as diretrizes do CONCEA-2013 são considerados métodos “recomendados” para os animais adultos da ordem Rodentia:

I. Decapitação por equipamento de uso específico e comercialmente disponível.

II. Barbitúricos intravenoso ou intraperitoneal (neste caso com associação de anestésicos locais).

III. CO2, desde que sejam seguidas as recomendações dessa diretriz.

IV. CO.

V. Exsanguinação por punção cardíaca após anestesia geral.

• A. I, III e V
• B. I e IV
• C. I, II e V
• D. II, IV e V
• E. II e V

O ciclo reprodutivo de ratas é denominado ciclo estral e pode ser dividido em proestro, estro, metaestro e diestro. A ovulação ocorre do começo do proestro até o fim do estro. Cada fase é caracterizada pela presença diferenciada de três tipos celulares distintos: células epiteliais, cornificadas e leucócitos. Por meio do esfregaço vaginal, as células predominantes nas fases estro e metaestro são respectivamente:

• A. epiteliais e cornificadas - cornificadas e leucócitos.
• B. cornificadas - epiteliais e leucócitos.
• C. cornificadas - epiteliais, cornificadas e leucócitos.
• D. cornificadas - epiteliais.
• E. epiteliais, cornificadas e leucócitos - cornificadas.

O biotério deve ser uma área com temperatura, umidade, ventilação e luz controlados a fim de promover conforto e bem-estar aos animais. Levando em consideração recomendações para roedores, os valores para cada uma destas características são respectivamente:

• A. 24 a 28ºC - 40 a 85% - De 15 a 20 trocas de ar por hora - Ciclo claro/escuro 12h/12h.
• B. 18 a 22ºC - 35 a 55% - De 15 a 25 trocas de ar por hora - Ciclo claro/escuro 12h/12h.
• C. 20 a 24ºC - 45 a 65% - De 10 a 15 trocas de ar por hora - Ciclo claro/escuro 12h/12h.
• D. 20 a 24ºC - 45 a 65% - De 15 a 25 trocas de ar por hora - Ciclo claro/escuro 12h/12h.
• E. 20 a 24ºC - 45 a 65% - De 5 a 10 trocas de ar por hora - Ciclo claro/escuro 12h/12h.

Segundo a Diretriz Brasileira de Prática para cuidado e utilização de Animais para fins científicos e didáticos (DBPA) de 14 de agosto de 2012, biotério é definido como o local onde são criados ou mantidos animais para serem usados em atividades científicas ou didáticas, que possua controle das condições ambientais, nutricionais e sanitárias. Além disso, a mesma Diretriz define 3 tipos de biotério: Criação, Manutenção e Experimentação. É correto afirmar que:

• A. biotério de manutenção é o local destinado à reprodução e à manutenção de animais para fins científicos ou didáticos.
• B. biotério de manutenção é o local destinado à manutenção de animais em experimentação por tempo superior a 12 (doze) horas.
• C. biotério de experimentação é o local destinado à reprodução e à manutenção de animais para fins científicos ou didáticos.
• D. biotério de criação é o local destinado à reprodução e à manutenção de animais para fins científicos ou didáticos.
• E. biotério de criação é o local destinado à manutenção de animais em experimentação por tempo superior a 12 (doze) horas.

Assinale a alternativa que contém os protocolos que já possuem métodos alternativos para a substituição progressiva de testes com animais.

I. Toxicidade aguda.

II. Obtenção de células-tronco de cordão umbilical.

III. Irritação e corrosão ocular.

IV. Infusão intracerebroventricular.

V. Potencial de fototoxicidade.

• A. III, IV, V
• B. I, III, V
• C. II, IV, V
• D. I, II, III
• E. IV e V

Entre as asserções a seguir, assinale a que NÃO corresponde à conduta durante a realização de procedimentos cirúrgicos e uso de anestesia.

• A. A escolha e/ou administração de agentes tranquilizantes, analgésicos e anestésicos devem ser apropriadas para a espécie e para a finalidade do projeto. Esses agentes devem ser ministrados dentro do contexto do plano de controle da dor.
• B. Quando mais de um procedimento cirúrgico for realizado em um animal, o tempo entre cada procedimento deve ser suficiente para ocorrer a recuperação do estado geral de saúde do animal, exceto quando o contrário for justificável, sem a necessidade do procedimento constar na proposta original enviada ao Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA).
• C. Procedimentos cirúrgicos devem ser realizados com a anestesia adequada, local ou geral. A intensidade da anestesia e potenciais efeitos adversos (por exemplo: hipotermia, depressão cardiovascular ou respiratória) devem ser monitorados durante o curso do procedimento.
• D. Procedimentos de assepsia apropriados à espécie são necessários quando houver a intenção de que o animal se recupere da cirurgia.
• E. A anestesia e a cirurgia devem ser realizadas somente por pessoal treinado e capacitado. Treinamento em técnicas cirúrgicas e anestésicas deve ser oferecido pela Instituição.

No biotério de criação do Campus UFRJ-Macaé, uma rata Wistar lactante morreu de forma inesperada. A necropsia realizada demonstrou que a morte estava associada a um tumor no fígado, assim foi solicitado ao bioterista que procedesse a eutanásia dos neonatos que possuíam três dias de vida. O procedimento aceito com restrição assumido por este profissional com base na Diretriz de prática de eutanásia do CONCEA-2013 foi a utilização de:

• A. deslocamento cervical seguido de exposição à câmara hermeticamente fechada contendo dióxido de carbono.
• B. câmara hermeticamente fechada contendo monóxido de carbono seguida de deslocamento cervical.
• C. câmara hermeticamente fechada contendo dióxido de carbono seguida de exsanguinação total.
• D. deslocamento cervical seguido de exposição à câmara hermeticamente fechada contendo éter.
• E. de câmara hermeticamente fechada contendo éter seguida de exsanguinação total.

A importância da avaliação de risco dos agentes biológicos está não somente na previsão do risco mas também no dimensionamento da estrutura para a contenção e a tomada de decisão para o gerenciamento dos riscos. Para isso consideram-se alguns critérios, como virulência, modo de transmissão, estabilidade, origem do agente biológico, etc. Com base nas normas de biossegurança vigentes, todos os riscos relatados estão corretos, EXCETO:

• A. Classe de risco 3 são agentes que apresentam alto risco individual e moderado risco para a comunidade. São agentes biológicos que causam patologias humanas ou animais e representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa.
• B. Agentes de baixo risco individual e para a comunidade são classificados na classe de risco 1 e são caracterizados por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios.
• C. O Vírus da Imunodeficiência Humana adquirida é um exemplo de agente biológico de classe de risco 4. Nessa classificação enquadram-se agentes com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente.
• D. Moderado risco individual e limitado risco para a comunidade. Isso inclui, por exemplo, agentes como o Vírus da Rubéola e o Shistosoma mansoni, que são agentes biológicos que provocam infecções no homem ou em animais cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado. Esses agentes enquadram- se na classe de risco 2.
• E. São exemplos de agentes de classe de risco 3 o Bacillus anthracis e o Vírus da Imunodeficiência Humana.

Um pesquisador da UFRJ-Macaé obteve 20 camundongos fêmeas de 30 dias de vida de um biotério de experimentação localizado na cidade do Rio de Janeiro. Ao dar entrada dos novos animais no biotério do Campus UFRJ-Macaé, foi observado que uma das fêmeas apresentava uma pequena lesão em sua cauda. O procedimento correto para o recebimento destes animais no biotério a ser adotado pelo técnico será distribuir aleatoriamente 4 animais por gaiola:

• A. em sala reservada, observando a evolução e a ocorrência de contágio.
• B. em sala destinada aos camundongos, observando a evolução e a ocorrência de contágio.
• C. em sala destinada aos camundongos, sendo o animal lesionado mantido em gaiola individual, observando a evolução, a ocorrência de contágio e o tratamento contra ecto e endoparasitas.
• D. em sala reservada, com o camundongo lesionado mantido em gaiola individual, observando a evolução e ocorrência de contágio.
• E. em sala destinada aos camundongos, sendo eutanasiado o animal com lesão e observando- se a evolução e a ocorrência de contágio nos camundongos assintomáticos.

A preocupação com as medidas de higiene e combate de patógenos no manejo com animais de experimentação é essencial para a obtenção de resultados fidedignos nas pesquisas. Dessa forma, considera-se correta a seguinte classificação sanitária:

• A. animais livres de microrganismos específicos são aqueles criados e mantidos em isoladores que os mantêm livres de quaisquer tipos de microrganismos ou outras formas de vida associadas.
• B. animais gnotobióticos são aqueles que possuem microbiota definida e que posteriormente são removidos dos isoladores e alocados em biotério com monitoramento quanto à presença de microrganismos inoculados ou acidentalmente adquiridos.
• C. animais monitorados são aqueles criados em sistemas de gaiolas abertas com fluxo livre de pessoas e materiais, sendo monitorados para impedir a introdução de agentes externos, o que não os tornam susceptíveis a contaminações e infecções.
• D. animais com microbiota definida associada são aqueles criados e mantidos em isoladores, e que geralmente apresentam alguma forma de vida não patogênica.
• E. animais axênicos são aqueles criados e mantidos em isoladores que os mantêm livres de quaisquer tipos de microrganismos ou outras formas de vida associadas.