Questões de Filosofia da Fundação de Apoio à Educação e ao desenvolvimento Tecnológico do RN (FUNCERN)

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No mundo contemporâneo, tem se ressaltado a preocupação com as atitudes do presente e as suas implicações para o futuro. Entretanto, o problema acerca da noção de alteridade já se fazia presente nos diálogos de Platão. Problematizar a relação com o outro torna-se um imperativo por influência do pensamento liberal que, por sua vez, converge para a compreensão de que o limite de toda ação está posto na relação com o direito do outro. Assim, se faz necessário, pensar a dimensão do outro sujeito como

  • A.

    interrelação que anula as individualidades, aniquilando o ideal de coletividade.

  • B.

    condição de possibilidade da própria existência do sujeito, pois, no outro, estão as referências para a construção da subjetividade.

  • C.

    convivência necessária ao fortalecimento da noção de equidade.

  • D.

    instância do discurso divergente que deve ser negado e contraditado.

A concepção que Heidegger apresentava sobre a metafísica leva a pensar que

  • A.

    a investigação metafísica busca fundamentalmente a contemplação da natureza do ser primordial, Deus ou o primeiro motor imóvel.

  • B.

    a metafísica é uma ferramenta que pode ser utilizada como um mecanismo ontológico de ascensão contemplativa, da opinião em direção ao conhecimento teorético de todas as coisas.

  • C.

    a metafísica se preocupa com as causas fundamentais dos entes particulares, de maneira a fornecer uma visão sistemática sobre cada um dos entes, classificados taxionomicamente a partir dessas mesmas causas do Ser.

  • D.

    aquele que questiona, na investigação metafísica, está envolvido com a questão de modo que pode ser surpreendido, pois ele é um ente em meio aos entes e implicitamente transcende os entes como um todo.

Kant estabelece três princípios da constituição republicana que fundamentariam os regimes calcados em uma ordem democrática. Esses três princípios são:

  • A.

    Liberdade para todos os membros da sociedade; construção de legislações específicas para classes sociais diferentes; igualdade, como cidadãos, perante a lei.

  • B.

    Liberdade para todos os membros da sociedade; dependência de todos e de cada um a uma legislação comum; igualdade, como cidadãos, perante a lei.

  • C.

    Construção de legislações específicas para classes sociais diferentes; separação dos poderes; devido processo legal.

  • D.

    Construção de legislações específicas para sujeitos que sejam hipossuficientes; liberdade para todos os membros da sociedade; proteção das minorias étnicas contra legislações discriminatórias.

As práticas políticas da Grécia, a partir do século VI a.C., se dão em torno da constituição da pólis (Cidade-Estado). As consequências da pólis democrática trazem a perspectiva do modelo de cidadania que se exerce através da participação. Os princípios da isonomia e da isegoria garantem a reciprocidade das relações, pois ambos significam, respectivamente, direito de

  • A.

    exercer cargos políticos e vincular-se a uma doutrina religiosa.

  • B.

    construir moradia na cidade e fazer uso da palavra.

  • C.

    viver no ambiente urbano das cidades-Estado e participar das Ekklesias.

  • D.

    tratar todos de forma igualitária perante a lei e expressar as opiniões livremente.

Na fenomenologia do espírito, Hegel entendia a chamada sociedade civil como uma instância distinta da vida ética da família e do universo político dos Estados nacionais. A sociedade civil seria dessa forma, uma etapa intermediária entre o mundo puramente econômico da vida familiar e as instâncias legais, administrativas e políticas que assegurariam o funcionamento corrente do Estado Nacional. Assumindo o pressuposto de que Hegel distinguiu, de modo claro e abrangente, sociedade civil e Estado, é correto pensar que

  • A.

    só é possível compreender mais claramente a distinção entre Sociedade Civil e Estado, na época de Hegel, tendo em vista o advento de Estados revolucionários centralizados, cujo funcionamento era claramente distinto da vida de seus súditos.

  • B.

    já se entendia, mesmo na Grécia antiga, a vida econômica como claramente distinta da vida familiar, como já preconizava Aristóteles, o que impedia uma leitura mais clara das separações entre os aspectos econômicos e sociais.

  • C.

    muitos teóricos anteriores a Hegel, como os contratualistas, não conseguiram entender as distinções entre o econômico, o político e o social, justamente porque não defendiam, como Hegel, que a finalidade do Estado fosse apenas o de facilitar as relações comerciais.

  • D.

    não haveria distinção, para Hegel, entre o econômico e o político, mas sim entre o social e o econômico, tendo em vista que as esferas da vida familiar (essencialmente econômica) estariam amplamente conectadas com a sociedade civil, formando as bases da sociedade burguesa do século XIX.

Nicolau Maquiavel apresenta em O Príncipe uma síntese das relações de poder exercidas pelos soberanos nos séculos XV e XVI. A crítica de Maquiavel inaugura a discussão da política sob a ótica da perspectiva do Estado moderno. Antes dele, Platão já havia discutido as intencionalidades do poder, focando em A República os ideais necessários para o exercício do poder na pólis. Mesmo levando-se em consideração os anacronismos entre ambos, é correto admitir que eles

  • A.

    convergiram para a construção de uma prática política fundada nas controvérsias do poder.

  • B.

    simularam, em suas obras políticas, concepções e práticas que não correspondem à realidade.

  • C.

    associaram a imagem dos que exercem o poder a características negativas e a um modo de agir desprovido de virtude.

  • D.

    perceberam a necessidade de vincular o exercício da política ao exercício das virtudes.

No início de sua carreira intelectual, Nietzsche empreendeu estudos sobre o trágico. Esses estudos levaram-no a compor uma teoria sobre o nascimento da tragédia a partir dos rituais de Dionísio. Neste sentido, Nietzsche acabou por construir a história do nascimento e morte do espírito trágico entre os gregos. Sendo assim, é correto afirmar que o

  • A.

    o desaparecimento do coro e a transformação da música em diálogo seriam as marcas de uma ruptura com um padrão estético de existência e o mergulho em um modelo epistêmico calcado na verdade filosófica.

  • B.

    o domínio de formas apolíneas de arte, baseadas na canção poética em detrimento das formas teatrais, teria produzido uma ruptura epistêmica que teria dado origem aos diálogos filosóficos e a figura de Sócrates como grande assassino do mundo trágico.

  • C.

    surgimento da música em meio as tragédias antigas teria desestabilizado o diálogo teatral e produzido um abandono das formas dramáticas, levando então ao surgimento de uma prosa filosófica de modelo aristotélico.

  • D.

    surgimento da vida urbana e da pólis clássica teria judicializado as tragédias, forçando um abandono do dionisismo original e aproximando os rituais trágicos de formas clássicas apolíneas, proporcionais e melódicas.

O interesse pela mentalidade arcaica veio mostrar que o principal aspecto da questão da origem histórica da filosofia reside na compreensão de como se processou a passagem entre a mentalidade mítico-poética e a mentalidade teorizante. A filosofia surge em meados do século VI a.C. e, apesar de não existir consenso sobre os aspectos predominantes para a sua origem, pode-se afirma que

  • A.

    os pré-socráticos estavam desvinculados dos aspectos da mentalidade mítica quando propuseram as suas ideias.

  • B.

    a lenta transição da mentalidade mítica para a mentalidade totalizante teve nos elementos da linguagem poética seus primeiros indícios.

  • C.

    a mentalidade arcaica e a literatura referente às narrativas das epopeias perdem o significado e a importância com o advento da filosofia.

  • D.

    nem todos os pensadores, como Platão, por exemplo, concebem a importância da literatura arcaica para a filosofia.

Aristóteles afirma no Livro V da Ética a Nicômaco:“A justiça é a forma perfeita de excelência moral, porque ela é a prática efetiva da excelência moral perfeita. Ela é perfeita porque as pessoas que possuem o sentimento de justiça podem praticá-la não somente em relação a si mesmas como também em relação ao próximo”. Tendo em vista o conceito de justiça apresentado acima, é correto afirmar que

  • A.

    a justiça deve ser compreendida nos termos das categorias aristotélicas.

  • B.

    o ato justo implica no aprimoramento da noção de cidadania.

  • C.

    um Estado justo necessita do exercício de atitudes que sejam convenientes a todos.

  • D.

    a concepção aristotélica de justiça sustenta-se principalmente na noção de alteridade.

Este método é aplicado não só na lógica, mas também em todas as obras sistemáticas de Hegel. Em Fenomenologia do Espírito, por exemplo, procede de modo semelhante, passando da família à sociedade civil e desta para o Estado. Mas a dialética não é apenas uma característica de conceitos; é também de coisas e processos reais. Um ácido e um álcali, por exemplo, (1) estão inicialmente separados e são distintos; (2) dissolvem-se um no outro e perdem suas propriedades individuais quando são reunidos; e (3) resultam num sal neutro, com novas propriedades..

O texto acima sobre a Dialética de Hegel indica que

  • A.

    a dialética de Hegel, como a dialética de Platão, envolve sempre uma estrutura progressiva de diálogo entre dois ou mais pensadores, de modo a permitir que os sujeitos do conhecimento evoluam em direção às formas puras do pensamento.

  • B.

    a dialética em seus aspectos lógicos são suficientes para dar conta do método proposto por Hegel na fenomenologia do espírito.

  • C.

    a dialética hegeliana consiste em um método de verificação ontológica do valor de verdade de proposições que dizem respeito ao mundo, ao pensamento e ao próprio sujeito do conhecimento.

  • D.

    a dialética não é apenas um método, no sentido de um procedimento que um determinado pensador aplica a seu próprio objeto de conhecimento, mas, fundamentalmente, a estrutura e o desenvolvimento intrínsecos do próprio objeto.

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