Questões de História da Fundação Carlos Chagas (FCC)

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Segundo o autor, o historiador deve considerar a memória com

  • A. cautela, visto que a memória produz a equivalência entre identidades individuais e coletivas.
  • B. urgência, dada sua importância na constituição das imagens da sociedade.
  • C. rigor científico, uma vez que a memória deve ser valorizada como duplicação do conhecimento histórico.
  • D. ressalvas, pois esse tipo de fonte desvirtua o historiador impedindo-o de desempenhar seu ofício de intelectual.
  • E. criticidade, pois deve ser estudada e avaliada em termos dos papéis que desempenha na constituição de identidades.

A Nova História problematizou a concepção de documento histórico endossada pelos historiadores positivistas pois estes

  • A. partiam do princípio de que citando documentos oficiais, o pesquisador poderia fazer uma livre interpretação do passado.
  • B. valorizavam documentos produzidos sem a chancela da Igreja ou do Estado, acreditando serem estes mais fidedignos.
  • C. hierarquizavam os documentos como fontes “primárias” e “secundárias”, abandonando os últimos.
  • D. acreditavam que os documentos eram fontes neutras e que permitiam conhecer a verdade incontestável sobre o passado.
  • E. defendiam que, após serem tabulados e interpretados, os documentos deveriam ser descartados.

A História Geral, nos livros didáticos, ainda costuma ser apresentada segundo uma organização que supõe cinco grandes períodos: Pré-História, História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Alguns historiadores problematizam essa divisão, apresentando, entre outros argumentos, que tal divisão

  • A. resulta de uma visão estruturalista e produzida sob uma perspectiva historiográfica marxista que já foi ultrapassada.
  • B. se estrutura em marcos divisórios da civilização ocidental e critérios questionáveis, como a invenção da escrita separando “pré-história” e “história”.
  • C. não abrange os dias atuais, os países e as temáticas do Terceiro Mundo, como o colonialismo.
  • D. reforça um sentido evolucionista incompleto, visto que não previu a Pós-Modernidade, momento culminante da história que perfaz o Sexto Período.
  • E. pressupõe durações muito desiguais de uma época a outra, revelando-se mais ética e justa a divisão igualitária entre os períodos.

Para o historiador que trabalha com a noção de identidade cultural, é fundamental considerar, como princípio metodológico, que esta

  • A. é produzida pelas elites e anula as identidades de classes sociais mais fracas, apagando-as.
  • B. é plural e se encontra em constante processo de transformação e ressignificação.
  • C. deve ser apreendida prioritariamente a partir da oralidade e testemunhos espontâneos.
  • D. torna dispensável o estudo das identidades políticas e sociais sendo necessariamente uma abordagem totalizante.
  • E. necessita ser subdividida por gênero, raça e religião, categorias determinantes de grupos coesos e homogêneos.

A abordagem histórica da antiguidade grega e romana possibilita a discussão, em sala de aula, de temas pertinentes à compreensão de alguns traços culturais marcantes do mundo ocidental. Entre esses temas vinculados a Grécia e Roma, respectivamente, pode-se destacar

  • A. a origem da democracia e a elaboração das bases do Direito.
  • B. a invenção da agricultura e a difusão do cristianismo.
  • C. a organização na forma de império e o desenvolvimento da razão iluminista.
  • D. o aparecimento do modo de produção escravista e o surgimento do regime monárquico.
  • E. o conceito de cidade-Estado e a emergência do comércio como motor da economia.

Considere o texto:

Segundo o texto acima, a importância da consciência histórica reside

  • A. na capacidade de um sujeito julgar a qualidade do passado que viveu, sua evolução através dos tempos, evitando praticar os erros cometidos.
  • B. na possibilidade do homem interpretar-se a si mesmo e a seu mundo historicamente, compreendendo-os em termos de experiência e evolução temporal.
  • C. em sua relação com todas as formas de pensamento sintetizando todo o conhecimento que é fruto das operações mentais dos sujeitos históricos.
  • D. em sua vocação para orientar o sentido da vida, viabilizando o sujeito por em prática a percepção do tempo vigente em seu mundo e suas intenções individuais.
  • E. na necessidade do sujeito em posicionar-se diante da vida por meios de suas interpretações do mundo, independentemente do pensamento histórico.

A sociedade feudal, durante a Idade Média foi marcada por relações internas explicadas por meio de conceitos historiográficos, tais como o de

  • A. servilismo, pacto informal estabelecido entre os servos camponeses e autoridades da Igreja, por meio do qual os primeiros se conformavam com sua situação em troca de proteção e conforto espiritual.
  • B. ruralização, processo que assolou a Europa por causa da Peste e da decadência urbana, sendo amenizado apenas após o êxito comercial da grande expansão marítima do século XVI.
  • C. vassalagem, sistema pelo qual um nobre jurava fidelidade a outro, comprometendo-se a defendê-lo e apoiá-lo em troca de benefícios econômicos e vínculos de poder político.
  • D. inquisição, política repressiva empregada pela Igreja a fim de conter as revoltas camponesas, a disseminação do paganismo entre os nobres e a insubordinação popular ao Papa.
  • E. clientelismo, relação por meio da qual um plebeu era “adotado” por um nobre ou um burguês, servindo-o como empregado em troca de casa e comida.

A centralização do poder pelos reis, uma das características do Antigo Regime na Europa, deve ser compreendida levando-se em conta alguns fatores históricos importantes, entre os quais,

  • A. a profusão de guerras na região, acompanhada do fortalecimento dos exércitos e armadas dos reinos, e a centralização administrativa por meio de novas instituições jurídicas, como leis e impostos que atendiam ao desenvolvimento econômico.
  • B. as ideias que legitimavam o absolutismo, como a teoria da origem divina do poder monárquico, cunhada por Nicolau Maquiavel, e a derrota dos interesses das burguesias ante o fortalecimento das alianças entre nobrezas e reis.
  • C. a ausência de conflitos religiosos significativos, após a conturbada “idade das trevas”, garantindo certa estabilidade política aos monarcas, e o fim dos privilégios nobiliárquicos que resultou em menor influência desse setor nos assuntos do rei e do Estado.
  • D. o prestígio da concepção de que deveria vigorar o “despotismo esclarecido” entre os governantes, na Europa, e a forçosa submissão do papado romano a determinados reis que aderiram à Reforma Protestante e se sobrepuseram ao poder da Igreja.
  • E. a crise econômica decorrente das epidemias que assolaram a Europa na Idade Média, contribuindo para a demanda popular por um “salvador”, e o impacto da Guerra dos Cem Anos, ao arrasar as tradicionais monarquias francesa e inglesa.

Tanto na América espanhola como na portuguesa, a pregação da fé cristã aos nativos contribuiu para a dominação das populações indígenas por parte das metrópoles, uma vez que

  • A. os indígenas endossaram coletivamente a concepção difundida pela Igreja de que subordinar-se ao rei, tornar-se um súdito da Coroa, era um privilégio divino.
  • B. os jesuítas e demais missionários atuaram conjuntamente a serviço do Papa e do Rei, empenhando-se na dupla tarefa da conversão espiritual e submissão ideológica.
  • C. os colonizadores lançaram mão da Guerra Justa, política deliberada de extermínio indígena virando o seguro branqueamento e a cristianização das populações mestiças.
  • D. as autoridades coloniais reprimiram a proposta tolerante e libertária das Missões, e convenceram os padres de que o trabalho forçado imposto aos indígenas os tornariam mais humildes e devotos.
  • E. os cristãos novos que se instalaram nas colônias, bem como os líderes indígenas convertidos foram responsáveis pela difusão da imagem positiva do rei, garantindo a brusca diminuição de revoltas.

Um dos principais momentos da 7ª Cúpula das Américas, realizada em abril de 2015 no Panamá, foram os discursos dos presidentes dos Estados Unidos e de Cuba que sinalizaram a intenção de retomada das relações entre esses países, após décadas marcadas

  • A. pela política norte-americana de embargo econômico a Cuba, vigente desde os anos 1960, com o objetivo de retaliar política e economicamente esse país convertido ao socialismo, restringindo as trocas comerciais entre este e empresas norte-americanas, bem como o trânsito de cidadãos.
  • B. pelo isolamento político de Cuba no continente ante a influência dos Estados Unidos na região, do qual é exemplo sua suspensão definitiva como integrante da OEA desde 1962 e a ausência da ilha de todas as “Cúpulas das Américas ” realizadas desde essa década até 2015.
  • C. por tentativas, por parte do governo cubano, de invasão da baía de Guantânamo, território insular ocupado pelos Estados Unidos desde 1903, que lá instalaram a base militar que abriga uma prisão de alta segurança onde concentram-se prisioneiros acusados de terrorismo.
  • D. por ataques mútuos entre os dois países durante a Guerra Fria, cujo auge ocorreu na chamada Crise dos Mísseis, conflito que teve vitória cubana, com a consequente retirada de mísseis norte-americanos de seu território, seguida de medidas de retaliação por parte dos Estados Unidos.
  • E. por fluxos emigracionais cubanos desde o fim da URSS, país que sustentava economicamente a Ilha e cuja derrocada impulsionou levas de cubanos a emigrarem clandestinamente a Miami, onde hoje exercem pressão para que os Estados Unidos apoiem o socialismo cubano.
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