Questões de Português

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Texto para a questão:


CAÇADA

           Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência. 

           Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.

           Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita calda, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.

           [...]

           Ali por entre a folhagem, distinguiam-se as ondulações felinas de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que semelhavam os reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do sol.

           Era uma onça enorme; de garras apoiadas sobre um grosso ramo de árvore, e pés suspensos no galho superior, encolhia o corpo, preparando o salto gigantesco.

           Batia os flancos com a larga cauda, e movia a cabeça monstruosa, como procurando uma aberta entre a folhagem para arremessar o pulo; uma espécie de riso sardônico e feroz contraía-lhe as negras mandíbulas, e mostrava a linha de dentes amarelos; as ventas dilatadas aspiravam fortemente e pareciam deleitar-se já com o odor do sangue da vítima.

           O índio, sorrindo e indolentemente encostado ao tronco seco, não perdia um só desses movimentos, e esperava o inimigo com a calma e serenidade do homem que contempla uma cena agradável: apenas a fixidade do olhar revelava um pensamento de defesa.

           Assim, durante um curto instante, a fera e o selvagem mediram-se mutuamente, com os olhos nos olhos um do outro; depois o tigre agachou-se, e ia formar o salto, quando a cavalgata apareceu na entrada da clareira.

          Então o animal, lançando ao redor um olhar injetado de sangue, eriçou o pelo, e ficou imóvel no mesmo lugar, hesitando se devia arriscar o ataque. O guarani. São Paulo: Ática, 1995.

Na concepção romântica, o índio é apresentado:

    A) de forma grosseira.

    B) de uma forma idealizada.

    C) de maneira hostil.

    D) de modos arrogantes.

    E) de atitudes preconceituosas.

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


(Disponível em: https://www.huffpostbrasil.com/entry/como-criar-habito – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise as seguintes propostas de substituições de conectores do texto:
I. “No entanto” (l. 21) tem o mesmo valor de Conquanto e poderia ser substituído por esse conector. II. “De acordo com” (l. 25) poderia ser substituído por Para. III. O conector “já que” (l. 34) tem valor causal e poderia ser substituído por ‘visto que’.
Quais estão corretas?

    A) Apenas II.

    B) Apenas III.

    C) Apenas I e II.

    D) Apenas II e III.

    E) I, II e III.

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

(Disponível em https://www.contioutra.com/a-dor-de-se-sentir-invisivel/ – Texto adaptado especialmente para esta prova.)

Com base no que é exclusivamente expresso pelo texto, analise as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I. Cada um de nós alguma vez já negligenciou os outros ao nosso redor. PORQUE II. A escassez de recursos financeiros faz com que não se tomarem atitudes solidárias com os outros.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

    A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.

    B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.

    C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

    D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

    E) As asserções I e II são proposições falsas.

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Distribuição justa


       A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
         A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106) 
No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a concordância na frase:

    A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se distribuir.

    B) À medida que se recomporem as condições iniciais do processo, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um de seus ideais.

    C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas injustiças.

    D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribuição de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se desejam fazer.

    E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunidades, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um referendo.

Leia atentamente o trecho a seguir, extraído de um dos discursos do célebre orador brasileiro Rui Barbosa, para responder à próxima questão.

“Creio na liberdade onipotente, criadora das nações robustas; creio na lei, emanação dela, o seu órgão capital, a primeira das suas necessidades; creio que, neste regime, não há poderes soberanos, e soberano é só o direito, interpretado pelos tribunais; creio que a própria soberania popular necessita de limites, e que esses limites vêm a ser as suas Constituições, por ela mesma criadas, nas suas horas de inspiração jurídica, em garantia contra os seus impulsos de paixão desordenada; creio que a República decai, porque se deixou estragar confiando-se ao regime da força; creio que a Federação perecerá, se continuar a não saber acatar e elevar a justiça; porque da justiça nasce a confiança, da confiança a tranqüilidade, da tranqüilidade o trabalho, do trabalho a produção, da produção o crédito, do crédito a opulência, da opulência a respeitabilidade, a duração, o vigor; creio no governo do povo pelo povo; creio, porém, que o governo do povo pelo povo tem a base da sua legitimidade na cultura da inteligência nacional pelo desenvolvimento nacional do ensino, para o qual as maiores liberalidades do tesouro constituíram sempre o mais reprodutivo emprego da riqueza pública; creio na tribuna sem fúrias e na imprensa sem restrições, porque creio no poder da razão e da verdade; creio na moderação e na tolerância, no progresso e na tradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes e no valor insuprível das capacidades”. (Trecho com adaptações).
Logo no início do trecho selecionado, o autor emprega a expressão “liberdade onipotente”. Em relação ao prefixo “oni-”, constitutivo da palavra onipotente”, pode-se afirmar que denota um sentido de:

    A) negação.

    B) precariedade.

    C) restrição.

    D) totalidade.

Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/. Acesso em 9 de jan. 2020. Adaptado. 

Considere o trecho: “Normalmente a boa ideia surge, nem que seja uma boa desculpa para validar o porquê seu projeto deu “errado”. Então, por que deixamos que a criatividade apareça apenas quando não há mais possibilidades senão agir através dela?” (Linhas 24-26)
Comparando os usos dos termos “porquê” e “por que” no trecho acima, é CORRETO afirmar que a grafia do primeiro termo se justifica por ter sido ele usado como

    A) substantivo.

    B) conjunção.

    C) pronome.

    D) preposição.

    E) advérbio.

Texto 1


    O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), por meio da Operação Lei Seca notificou 57 motoristas por dirigir sob efeito de álcool, durante o Carnaval de 2020. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (dia 26) pela Coordenação de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do órgão.  

    Durante o período, foram realizados 798 testes de bafômetro, o que resultou na apreensão de 52 carteiras de habilitação (CNHs) e na remoção de 13 veículos aos pátios do órgão. A operação ainda autuou 80 condutores em flagrante, pela prática de outras infrações ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 

     As ações da Operação Lei Seca foram intensificadas desde a segunda quinzena de dezembro até fevereiro de 2020, quando ocorre a estação mais quente do ano, o verão. A época coincidiu com as férias escolares e o carnaval, quando é registrado um aumento significativo de veículos circulando em todo o Estado, sobretudo nos municípios litorâneos. 

    Efetivo - Quarenta e cinco homens foram responsáveis pelas ações. Esse efetivo foi composto por 3 equipes, cada uma com 12 agentes de trânsito e 3 policiais militares, que atuaram nas fiscalizações de trânsito com o auxílio dos seguintes equipamentos: 14 etilômetros (bafômetros), 50 talonários eletrônicos, 2 redutores de velocidade móveis, 2 camas de faquir, 20 cones de sinalização e 2 barreiras de sinalização retrátil. Nas ações foram empregadas 9 viaturas, entre elas 2 reboques. 

    Segundo o major Edmilson Castro, coordenador da Lei Seca no Estado, as fiscalizações tiveram o objetivo de coibir os abusos praticados por muitos condutores que ainda insistem em desobedecer às leis de trânsito, principalmente ao que se refere às infrações relacionadas à embriaguez ao volante. “Com as ações da Operação Lei Seca durante o Carnaval, certamente muitos acidentes foram evitados e muitas vidas foram preservadas no trânsito do nosso Estado”, afirmou major Castro. 

Fonte:http://detran.pb.gov.br 

Leia o seguinte fragmento do texto: “(...) as fiscalizações tiveram o objetivo de coibir os abusos praticados por muitos condutores que ainda insistem em desobedecer às leis de trânsito(...)”.


As palavras destacadas são essenciais para estabelecer relações de sentido. A ausência delas ocasionaria:

    A) Um problema de coesão textual.

    B) O uso da norma culta da língua.

    C) Um desvio fonético.

    D) Uma supressão de termos desnecessários.

    E) O uso de uma figura de linguagem.

Leia com atenção o texto abaixo para responder à questão:
A falência da globalização (João Fernandes Teixeira).
    A indústria 4.0 está chegando, um fato celebrado pelos entusiastas das novas tecnologias. Grandes mudanças estão previstas, sobretudo pelo emprego de inteligência artificial na produção industrial que levará, também, a uma grande reconfiguração tecnológica do trabalho. Mas, deixando de lado o discurso entusiasmado, o que está realmente acontecendo?
    Com a indústria 4.0 haverá uma grande racionalização e otimização da produção para que os desperdícios de material e de mão de obra se tornem mínimos. A produção e o consumo precisam ser rigorosamente ajustados e, para isso, contamos agora técnicas de Big Data. Estamos em outros tempos, nos quais temos a percepção da escassez de recursos naturais e da necessidade premente de reciclar tudo o que for possível. Se quisermos que a economia continue funcionando, não podemos mais esbanjar. A economia se desenvolve na contramão da natureza.
    A lição que estamos aprendendo é que gerar energia limpa e conter as emissões de dióxido de carbono não são apenas obrigações ecológicas e morais em relação ao nosso planeta, mas um imperativo econômico, que exige que a indústria se coloque em novo patamar de produtividade para sobreviver. A indústria 4.0 não levará à expansão da economia, mas apenas evitará que ela encolha. Não podemos mais manter os mesmos padrões de consumo, que estão danificando de forma irreversível o nosso planeta.
    Esses danos não se restringem apenas ao aquecimento global, que passou a ser chamado de mudança climática. [...]
    Desde que se estabeleceu uma correlação entre o aumento das temperaturas médias no planeta e a industrialização, iniciada no século XVIII, o aquecimento global passou a ser o vilão da história da humanidade. Diminuir o uso de combustíveis passou a ser a grande bandeira dos ecologistas.[...]
    Contudo, o aquecimento global não é o único desafio. Mesmo que sua origem possa ser contestada, desvinculando-a da queima de combustíveis fósseis, nossa indústria agride o planeta de forma irreparável.
    Como não podemos reverter a economia do petróleo no curto prazo, a única solução está sendo desacelerar a economia. Essa desaceleração, na contramão do aumento da produção planetária, está tendo custos sociais dolorosos. Combinada com a automação, grande projeto da indústria 4.0, ela gera um desemprego crescente, para o qual não se vislumbra uma solução nas próximas décadas.
    Mas há algo ainda mais importante que está surgindo dessa desaceleração: a percepção de que a globalização se tornou um projeto inviável. Não será mais possível estender os padrões de produção e consumo para todos os países do planeta, pois isso aceleraria sua destruição de forma drástica. O globalismo ocidental está refluindo e, como consequência, voltam a surgir os nacionalismos exacerbados. [...]
Fonte: (Revista Filosofia – Ano III, no 150 – www.portalespaçodosaber.com.br).
Analise os tópicos temáticos abaixo relacionados, de modo a avaliar se equivalem ao conteúdo desenvolvido nos parágrafos 1, 2 e 3 do texto. Para tanto, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Mudanças na configuração do trabalho em virtude da inovação tecnológica e da inserção da inteligência artificial na produção industrial. ( ) Os benefícios da indústria 4.0 e a necessidade de controle da produção e consumo para manter o equilíbrio da economia. ( ) Negação de que a preocupação com o planeta resulta da conscientização quanto ao dever ecológico e moral de preservá-lo.
A sequência que responde CORRETAMENTE é:

    A) F, F e V.

    B) V, F e F.

    C) F, V e F.

    D) V, V e F.

    E) V, F e V.

Kofi Annan [secretário-geral das Nações Unidas], 10 dez. 2001. In: Jerzy Szeremeta. Participação genuína na era da tecnologia de informação e comunicação (TIC). Fundação Luís Eduardo Magalhães. Gestão pública e participação. Cadernos da FLEM.20.ª ed. Salvador: FLEM, 2005, cap. III, p. 105-6 (com adaptações).

No terceiro parágrafo do texto CG3A1-I, a termo “o”, em “o escolher” (l.22), refere-se a

    A) “século passado”.

    B) “indivíduo”.

    C) “cidadão”.

    D) “direito básico”.

    E) “o seu governo”.

Memórias de um aprendiz de escritor


Em relação às palavras ou às expressões grifadas nas orações a seguir e sua função sintática, assinale F para falso e V para verdadeiro:

( ) “Verdade é uma palavra muito relativa” (L. 11-12) – Predicativo

( ) “Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante” (L. 18) – Objeto indireto

( ) “Daí a pouco o vizinho via o escritor” (L. 52-53) – Sujeito

( ) “Ele vira, realmente, o avião cair.” (L. 35) – Adjunto adnominal

( ) “quando apareceu ele, o Mentiroso.” (L. 21-22) – Aposto

Assinale a opção que indica a sequência correta, de cima para baixo.

    A) F – V – V – F – F.

    B) V – F – V – F – V.

    C) V – F – F – V – F.

    D) F – F – V – V – F.

    E) V – V – F – F – V.

Provas e Concursos

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