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Alexei Bueno. Uma história da poesia brasileira. Rio de Janeiro:
Germakoff Casa Editorial, 2007, p. 409 (com adaptações).
FLEMING DESCOBRE A PENICILINA
O bacteriologista Alexander Fleming descobriu a penicilina no Hospital St, Marys de Londres, e publicou seu achado em setembro de 1929 no British Journal of Experimental Pathology. Desde a década de 1920, ele havia mostrado grande interesse pelo tratamento das infecções produzidas pelas feridas. Em 1929, depois de voltar de férias, percebeu que em uma pilha de placas esquecidas antes de sua partida, onde estivera cultivando uma bactéria Staphylococcus aureus-, havia crescido também um fungo num lugar em que havia se inibido o crescimento da bactéria. É que esse fungo fabricava uma substância que produzia a morte da bactéria; como o fungo pertencia à espécie Penicillium, Fleming nomeou a substância produzida por ele de penicilina. Como pôde provar em experimentos posteriores, na descoberta de Fleming interveio uma série de fatores para que se produzissem os resultados que todos conhecemos: a placa não foi colocada para incubar em estufa de 37°C o crescimento da bactéria teria ultrapassado o do fungo e, além disso, a temperatura do laboratório não foi superior a 12°C. Parece que houve uma onda de frio em Londres naquele verão de 1929. A molécula de penicilina era muito instável e, depois de muito tempo tentando purificá-la embora mais tarde se tenha provado que era muito efetiva só parcialmente purificada , Fleming desistiu de continuar trabalhando nisso. Foi só em 1938 que um grupo de cientistas liderados por Ernst b. Chain e pelo professor Howard Florey na Universidade de Oxford deu continuidade a esses trabalhos com pesquisas posteriores. Os ensaios clínicos efetuados com o material parcialmente purificado tiveram um sucesso espetacular. Naquela época, em plena Guerra na Europa, a molécula foi levada para os Estados Unidos, onde foi desenvolvida e produzida em grande escala. O primeiro ensaio clínico foi feito em janeiro de 1941 e dois anos depois começou a produção comercial de antibióticos nos Estados Unidos. Acabada a Segunda Guerra Mundial, as empresas farmacêuticas entraram na produção de penicilina de forma competitiva e começaram a buscar outros antibióticos. Fleming havia lhes mostrado a direção correta. Apesar dessa grande descoberta, os antibióticos não foram difundidos de maneira igual no planeta. Além disso, nas sociedades mais industrializadas existe uma prescrição muito alta de antibióticos, de maneira que com frequência eles perdem a eficácia por causa do uso continuado que fazemos deles. (365 Dias que Mudaram o Mundo. Planeta. São Paulo: 2014, p. 550).
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.
O século XX, Era dos Extremos
O século XX deixou um legado inegável de questões e impasses. Para o grande historiador Eric Hobsbawm, neste livro Era dos Extremos ? o breve século XX ? 1914-1991, esse século foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises, decompondo o que fora construído no longo século XIX.
Hobsbawm divide a história do século XX em três eras. A primeira, da catástrofe, é marcada pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político e econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais surgem como proposta mundial.
A segunda era são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma extraordinária expansão econômica e profundas transformações sociais.
Por fim, entre 1970 e 1991, dá-se o desmoronamento final, em que caem por terra os sistemas institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar à brutalização da política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica, abrindo as portas para um futuro incerto.
(Adaptado da orelha, sem indicação autoral, do livro de Eric Hobsbawm acima referido, editado em São Paulo pela Companhia das Letras, em 1995)
É inegável que o século XX deixou-nos um legado de impasses, a gravidade desses impasses se faz sentir até hoje, uma vez que não solucionamos esses impasses nem mesmo amenizamos as consequências desses impasses.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.
Texto 2
'ANJO BOM DABAHIA'
O Covid-19 ou A Covid-19? Fatos linguísticos em tempos de pandemia
Por Carlos E. Deoclecio.
A intuição linguística não é um recurso valioso somente para aqueles que lidam cientificamente com os fatos da língua, os linguistas, como também para os usuários em geral. Exemplo disso é o tratamento que damos, especialistas ou não, ao gênero gramatical dos substantivos da língua que crescemos falando ou mesmo de uma língua estrangeira. No português, impera a tendência geral de que palavras terminadas em -o são masculinas, e as terminadas em -a são femininas.
Voltando à questão da intuição, na região de onde sou, no norte do estado do Espírito Santo, e acredito que em muitas outras partes do Brasil também, é muito comum ouvir o alface de hoje tá murcho, ou o couve ficou muito bom, quando nos dicionários, nas gramáticas e na escola aprendemos que essas palavras terminadas em -e são femininas. Depois dessa informação, muitos de nós adotamos o gênero dado como oficial, ou passamos a variar entre uma forma e outra, ou, ainda, podemos manter o uso anterior ao da escolarização.
Fiz essa breve introdução porque, dado o contexto de pandemia em que estamos vivendo, tem me deixado curioso o gênero gramatical atribuído à Covid-19, principalmente nos usos feitos por órgãos oficiais e imprensa, falada e escrita. No momento, estou na Espanha e, naturalmente, tenho ouvido e lido as notícias sobre o novo vírus e suas peripécias em galego e em espanhol, as duas línguas oficiais da Comunidade galega. Por isso, se tornaram comuns aos meus ouvidos e olhos as formas o Covid-19 (galego) e el Covid-19 (espanhol), ambas tratadas como masculinas, portanto.
Por outro lado, comecei a perceber nos usos vindos do Brasil, principalmente da imprensa, a forma sendo posta no feminino: a Covid-19. Antes mesmo de investigar o significado de Covid-19, minha intuição, com um quê de conhecimento especializado, me direcionou para um possível uso metonímico no Brasil, pois até então eu estava entendendo Covid-19 como o nome do vírus, não da doença que ele causa (percebo que muita gente ainda entende dessa forma).
Fato é que aqui na Espanha, a Real Academia de la Lengua (RAE), por tradição e poder, costuma se manifestar quando surgem novidades na língua como a que estou comentando. Num primeiro momento, a manifestação da instituição foi a de indicar que o emprego no feminino seria o correto. Entretanto, chegaram muitos comentários em discordância desse posicionamento. Em função disso, outra resposta veio: O acrônimo Covid-19 que dá nome à doença causada pelo vírus Sars-CoV-2 é usado normalmente no masculino por influência do gênero de coronavírus e de outras doenças virais, que pegam por metonímia o nome do vírus que as causa.
Interessante observar que nem a Real Academia Galega (RAG) nem a Academia Brasileira de Letras (ABL) se manifestaram a esse respeito o que não é bom nem ruim, penso, mas apenas uma constatação. Acredito, inclusive, que no caso da ABL não há nenhuma expectativa sobre isso, tendo em vista seu histórico de pouca ou nenhuma ingerência na normatização linguística do português brasileiro. Notável, no entanto, é que numa visita à página da ABL, podemos encontrar o emprego no masculino: ABL lança ações culturais de enfrentamento ao isolamento social provocado pelo COVID-19.
Retorno, pois, à intuição linguística. Algo além do metonímico parece estar em jogo nesses usos. Parece haver uma tendência geral nas três línguas¹ para o masculino que pode estar atrelada à forma em si: a finalização em consoante (d) e, em seguida, a presença de um numeral (19). A pronúncia do português brasileiro, de forma geral, acrescenta a vogal [i] após o d. Mesmo assim, sua presença não pode ser considerada decisiva, já que não faz parte do grupo da tendência geral de -o para masculino e -a para feminino. Seria então a força do numeral que indica tal tendência? A isso só um aprofundamento na questão poderia responder.
(Disponível em: https://bit.ly/2JO4quy. Com adaptações.)
Observação 1: o autor refere-se às línguas Portuguesa (do Brasil), ao Galego e ao Espanhol.
Leia o texto 'O Covid-19 ou A Covid-19? Fatos linguísticos em tempos de pandemia' e, em seguida, analise as afirmativas a seguir:
I. No trecho Exemplo disso é o tratamento que damos, especialistas ou não, ao gênero gramatical dos substantivos da língua que crescemos falando ou mesmo de uma língua estrangeira, os pronomes realizam função anafórica a fim de evitar repetições e garantir progressão das ideias do texto.
II. O uso metonímico do vocábulo Covid-19, no Brasil, e a recomendação da Real Academia de la Lengua (RAE), na verdade, revelam, por convenção, tratar-se, a palavra, de um substantivo sobrecomum. Neste caso, em um exemplo como o Covid-19 é terrível (o qual não foi retirado do texto), o adjetivo estabelece relação de gênero com o artigo.
Marque a alternativa CORRETA:
O Covid-19 ou A Covid-19? Fatos linguísticos em tempos de pandemia
Por Carlos E. Deoclecio.
A intuição linguística não é um recurso valioso somente para aqueles que lidam cientificamente com os fatos da língua, os linguistas, como também para os usuários em geral. Exemplo disso é o tratamento que damos, especialistas ou não, ao gênero gramatical dos substantivos da língua que crescemos falando ou mesmo de uma língua estrangeira. No português, impera a tendência geral de que palavras terminadas em -o são masculinas, e as terminadas em -a são femininas.
Voltando à questão da intuição, na região de onde sou, no norte do estado do Espírito Santo, e acredito que em muitas outras partes do Brasil também, é muito comum ouvir o alface de hoje tá murcho, ou o couve ficou muito bom, quando nos dicionários, nas gramáticas e na escola aprendemos que essas palavras terminadas em -e são femininas. Depois dessa informação, muitos de nós adotamos o gênero dado como oficial, ou passamos a variar entre uma forma e outra, ou, ainda, podemos manter o uso anterior ao da escolarização.
Fiz essa breve introdução porque, dado o contexto de pandemia em que estamos vivendo, tem me deixado curioso o gênero gramatical atribuído à Covid-19, principalmente nos usos feitos por órgãos oficiais e imprensa, falada e escrita. No momento, estou na Espanha e, naturalmente, tenho ouvido e lido as notícias sobre o novo vírus e suas peripécias em galego e em espanhol, as duas línguas oficiais da Comunidade galega. Por isso, se tornaram comuns aos meus ouvidos e olhos as formas o Covid-19 (galego) e el Covid-19 (espanhol), ambas tratadas como masculinas, portanto.
Por outro lado, comecei a perceber nos usos vindos do Brasil, principalmente da imprensa, a forma sendo posta no feminino: a Covid-19. Antes mesmo de investigar o significado de Covid-19, minha intuição, com um quê de conhecimento especializado, me direcionou para um possível uso metonímico no Brasil, pois até então eu estava entendendo Covid-19 como o nome do vírus, não da doença que ele causa (percebo que muita gente ainda entende dessa forma).
Fato é que aqui na Espanha, a Real Academia de la Lengua (RAE), por tradição e poder, costuma se manifestar quando surgem novidades na língua como a que estou comentando. Num primeiro momento, a manifestação da instituição foi a de indicar que o emprego no feminino seria o correto. Entretanto, chegaram muitos comentários em discordância desse posicionamento. Em função disso, outra resposta veio: O acrônimo Covid-19 que dá nome à doença causada pelo vírus Sars-CoV-2 é usado normalmente no masculino por influência do gênero de coronavírus e de outras doenças virais, que pegam por metonímia o nome do vírus que as causa.
Interessante observar que nem a Real Academia Galega (RAG) nem a Academia Brasileira de Letras (ABL) se manifestaram a esse respeito o que não é bom nem ruim, penso, mas apenas uma constatação. Acredito, inclusive, que no caso da ABL não há nenhuma expectativa sobre isso, tendo em vista seu histórico de pouca ou nenhuma ingerência na normatização linguística do português brasileiro. Notável, no entanto, é que numa visita à página da ABL, podemos encontrar o emprego no masculino: ABL lança ações culturais de enfrentamento ao isolamento social provocado pelo COVID-19.
Retorno, pois, à intuição linguística. Algo além do metonímico parece estar em jogo nesses usos. Parece haver uma tendência geral nas três línguas¹ para o masculino que pode estar atrelada à forma em si: a finalização em consoante (d) e, em seguida, a presença de um numeral (19). A pronúncia do português brasileiro, de forma geral, acrescenta a vogal [i] após o d. Mesmo assim, sua presença não pode ser considerada decisiva, já que não faz parte do grupo da tendência geral de -o para masculino e -a para feminino. Seria então a força do numeral que indica tal tendência? A isso só um aprofundamento na questão poderia responder.
(Disponível em: https://bit.ly/2JO4quy. Com adaptações.)
Observação 1: o autor refere-se às línguas Portuguesa (do Brasil), ao Galego e ao Espanhol.
Leia o texto 'O Covid-19 ou A Covid-19? Fatos linguísticos em tempos de pandemia' e, em seguida, analise as afirmativas a seguir:
I. No fragmento ... quando surgem novidades na língua, como a que estou comentando, o artigo a assume função de pronome (como esta que estou comentando), assim como acontece no trecho A isso só um aprofundamento na questão poderia responder.
II. O autor supõe que a presença de um numeral (19), assim como a pronúncia do português brasileiro, de forma geral, que acrescenta a vogal [i], após a consoante d, faz com que haja uma tendência para o uso de Covid-19 no masculino. Parte dessa hipótese pode estar baseada na análise de palavras como boi, croqui, abacaxi e herói (as quais não foram retiradas do texto).
Marque a alternativa CORRETA:
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