Questões de Serviço Social da Fundação Carlos Chagas (FCC)

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No campo sociojurídico, assim como em outras áreas de intervenção, o Assistente Social, ao atender indivíduos e famílias, faz uso do estudo social, que tem por finalidade

  • A. avaliar a situação socioeconômica dos destinatários dos serviços de plantão social para a concessão ou não de benefícios socioassistenciais. Na área sociojurídica as demandas estão alocadas principalmente no Benefício de Prestação Continuada.
  • B. construir, em conjunto com os profissionais da equipe, a história de vida do usuário que está em atendimento, partindo sempre da visão dos demais Assistentes Sociais que já atenderam esse cidadão.
  • C. estabelecer um elo entre a família atendida e o profissional, sendo considerado um instrumento fundamental para o estudo de caso. Todo estudo social deve conter dados referentes à situação socioeconômica de cada um dos membros da família, considerando família aquela formalmente constituída.
  • D. conhecer e analisar a realidade social pautada numa linha explicativa que permita a compreensão crítica das expressões da questão social, sobretudo seus aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais, além de considerar as desproteções sociais e violações de direitos.
  • E. conhecer a história de vida e das condições reais que compõem o cotidiano do indivíduo que está em atendimento, no entanto essa atividade deve ser realizada apenas a partir do quinto encontro, ou seja depois que os vínculos já foram estabelecidos.

Grande parte das famílias pobres brasileiras, no universo simbólico, atribuem ao homem a autoridade moral da família diante da sociedade, e ainda coloca a mulher como chefe da casa, enquanto o homem é o chefe da família. Ou seja, a presença masculina é sinal de segurança tanto emocional, quanto material. Em famílias compostas por mãe e filho(s), é considerado como um reparador moral:

  • A. a mudança de cidade.
  • B. o casamento.
  • C. o trabalho.
  • D. dar o filho para adoção.
  • E. dar o filho para própria família criar.

Na coordenação de um projeto social, durante o processo de avaliação, o Assistente Social deve

  • A. atentar-se para os fatos que compõem a realidade, entendendo-a fora do contexto dialético, pois este conceito reconhece apenas a leitura das políticas sociais e não atinge seu campo de efetividade.
  • B. considerar as dimensões: histórica, econômica, política e social integradas e articuladas, compondo uma totalidade. Além das provisões, gestão e articulação com os direitos afiançados.
  • C. compreender cada parte do projeto como explicativa em si mesma. Isolar e entender que cada ponto da proposta permite uma leitura aprofundada. Essa análise deve ser o máximo possível composta da neutralidade do avaliador.
  • D. fazer um estudo privilegiando apenas a perspectiva das demandas e necessidades, pois essas respondem de forma específica à linha de avaliação, além de permitir identificar o objetivo com mais clareza.
  • E. considerar como indicador mais fundamental o orçamento e os gastos, pois, a partir destes, se pode avaliar a extensão e o cumprimento das metas estabelecidas e, ainda, identificar a direção da ação.

O profissional de Serviço Social que atua na Seguridade Social, especificamente na Previdência Social, tem que ter clareza das problemáticas e complexidades implícitas nessa política. Assim, entender que os desequilíbrios na Previdência Social têm sido crescentes e sucessivos, nas últimas décadas, revela um modelo de sistema com algumas fragilidades. Essa situação tem levado o governo a promover frequentes modificações nesse sistema, seja para reforçar suas fontes de custeio, seja para ajustar as prestações integrantes do seu plano de benefícios. Nesse sentido, considere:

I. Deve-se ver como natural que, ao longo das décadas, as regras de um sistema previdenciário passem por revisões, menores ou maiores, com alguma regularidade, dado que o sistema previdenciário deve acompanhar a evolução das características da respectiva sociedade que o instituiu.

II. As modificações no sistema previdenciário são feitas adequando-se os benefícios às suas específicas finalidades, ou promovendo-se sua compatibilização com a realidade das respectivas bases de financiamento.

III. O Regime Geral de Previdência Social − RGPS apresenta, hoje, algumas necessidades de aperfeiçoamento, no que se refere exclusivamente à sua estrutura de custeio.

IV. Os problemas verificados no Regime Geral de Previdência Social − RGPS não decorrem, necessariamente, dos parâmetros gerais configuradores da proteção social previdenciária brasileira, tais como os eventos e riscos cobertos, os segmentos de trabalhadores abrangidos ou as fontes de financiamento expressamente estabelecidas, grande parte das disfunções resulta, sim, de opções equivocadas. Por vezes, estas decisões confundem previdência com assistência social ou com outras políticas compensatórias.

Está correto o que se afirma APENAS em

  • A. I, II e III.
  • B. I, II e IV.
  • C. II, III e IV.
  • D. I e III.
  • E. II e IV.

O Assistente Social atua no âmbito sócio-institucional das políticas sociais. Ao tratar do exercício profissional, competência e habilidades nesse campo, Vera Maria Ribeiro Nogueira contextualiza o avanço do modelo neoliberal. Diante disso, ela afirma que há necessidade dos Assistentes Sociais se posicionarem

  • A. de forma a negar a ruptura com o conservadorismo e firmar o compromisso com a justiça social, com os direitos humanos e com a democracia, pois tais pressupostos figuram no âmbito da luta política mais ampla e não se restringem ao campo profissional.
  • B. pela ação conformista e alienadora individual, evidenciando a legitimidade da atual postura ético-política aceita e praticada pela categoria profissional, no entanto, ela defende a necessidade dos trabalhadores de serviço social se organizarem por meio de produção.
  • C. valorizando a dimensão política de contestação a uma ordem hegemônica perversa, viabilizando ações criativas na linha de sedimentar forças políticas, a partir do reconhecimento do quadro de necessidades sociais que deixam de ser atendidas em nome de prioridades econômicas excludentes.
  • D. reconhecendo que o projeto neoliberal não traz grandes transformações, no campo social, que incidam no cotidiano dos Assistentes Sociais. Portanto, torna-se imperioso que haja aprofundamento desse debate no campo do ensino e pesquisa.
  • E. a favor de que as análises macroscópicas do fenômeno neoliberal não refletem a realidade cotidiana dos Assistentes Sociais, que, em sua maioria, reconhecem a ampliação dos direitos sociais como consequência da concessão do Estado.

As sociedades pré-capitalistas não privilegiavam as forças de mercado, mas assumiam algumas responsabilidades sociais. Algumas iniciativas pontuais com características assistenciais são identificadas como protoformas de políticas sociais. Eram legislações sociais

  • A. caritativas, filantrópicas e se desenvolviam numa concepção tomista.
  • B. protetivas, ampliadas e garantiam a manutenção da ordem social.
  • C. moralizadoras, assistencialistas e sustentavam-se no ideário do bem comum.
  • D. repressivas, meritocráticas e possibilitavam o acesso ao mercado de trabalho competitivo.
  • E. punitivas, restritivas e agiam na intersecção da assistência social e do trabalho forçado.

O exercício profissional do Assistente Social pode ser qualificado e adquirir competência na medida em que, no seu cotidiano, tenha como perspectiva

  • A. desvestir-se dos projetos profissionais em torno da construção de um campo puramente interdisciplinar.
  • B. desconstruir a leitura da compreensão da sociedade de classes e da questão social como eixos fundantes para a profissão.
  • C. reiterar o instituído, mantendo-se circunscrito ao seu relato e à elaboração de manuais prescritos voltados ao como fazer.
  • D. impulsionar o protagonismo político dos sujeitos na articulação e defesa de suas necessidades e interesses coletivos na cena pública.
  • E. valorizar as rotinas institucionais, considerando que os movimentos da realidade não são passíveis de serem apropriados pelo profissional.

Historicamente o Serviço Social utiliza-se de instrumentos na intervenção profissional. A visita institucional é um deles e permite ao profissional operacionalizar sua ação, requerendo um amplo conhecimento teórico e técnico. Para fins de supervisão técnica são motivações para esta visita:

  • A. monitorar o trabalho técnico desenvolvido pela instituição/serviço.
  • B. avaliar a política pública a qual a instituição/serviço está vinculada.
  • C. avaliar as atividades desenvolvidas especificamente com os usuários da instituição/serviço.
  • D. monitorar exclusivamente a oferta de vagas versus a demanda da instituição/serviço.
  • E. acompanhar as famílias e os usuários da instituição/serviço.

Nos diversos espaços sócio-ocupacionais, onde estão inseridos os profissionais de Serviço Social, vários são os outros profissionais que compõem a equipe de trabalho. Assim, para um atendimento na totalidade e integralidade dos usuários, faz-se necessário um trabalho de equipe interdisciplinar, significando a

  • A. unificação das fronteiras disciplinares.
  • B. atuação dos profissionais de forma independente.
  • C. negação das especialidades de cada profissão.
  • D. atuação dos profissionais de maneira interdependente.
  • E. impermeabilidade do conhecimento.

Segundo Pochmann, as relações de trabalho sofrem alterações no começo do século XX sustentadas em:

  • A. diminuição das atividades do setor terciário, sobretudo porque o setor de serviços utiliza-se de mecanismos que dispensam o trabalho presencial.
  • B. forte vínculo da mão de obra com o setor agrícola que, pela mecanização, ampliou o leque de profissões.
  • C. regularização do direito de trabalho diferenciado para as mulheres, impondo salários iguais entre homens e mulheres que desenvolvem as mesmas funções.
  • D. adoção de novas tecnologias, porém isso não abriu a perspectiva da intensificação do trabalho e da garantia de enormes ganhos de produtividade.
  • E. jornadas de trabalho de até oito horas diárias; regulação do trabalho do adolescente; conquista do benefício da aposentadoria a partir de 30-35 anos de trabalho.
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