Questões de Antropologia da Escola de Administração Fazendária (ESAF)

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Segundo a definição adotada pelo governo brasileiro, sociobiodiversidade é a relação entre bens e serviços gerados a partir de recursos naturais, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse de povos e comunidades tradicionais (incluindo indígenas) e de agricultores familiares. Nesse sentido, o Governo Federal tem implementado ações voltadas à promoção dos produtos da sociobiodiversidade na economia formal, visando as seguintes dimensões, exceto:

  • A. valorização da riqueza biológica associada à diversidade sociocultural.
  • B. agregação de valor socioambiental.
  • C. universalização do saneamento básico.
  • D. geração de renda.
  • E. segurança alimentar de povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares.

Recentemente, a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome sistematizou a análise dos resultados obtidos em estudos etnográficos sobre os efeitos das transferências monetárias do Programa Bolsa Família (PBF) junto a povos indígenas residentes em sete Terras Indígenas. As pesquisas de campo junto aos povos indígenas destas sete Terras Indígenas foram realizadas a partir do método da etnografia e da observação participante, entre os meses de setembro de 2013 a fevereiro de 2014. Entre as principais descobertas desse trabalho não se inclui:

  • A. baixo conhecimento da população indígena em geral sobre o PBF.
  • B. crítica generalizada, mormente das famílias com grande quantidade de filhos, sobre a insuficiência do valor monetário do PBF.
  • C. pouco conhecimento disseminado entre a população indígena pesquisada sobre o que é o Cadastro Único (CadÚnico) e que ele é a porta de entrada para outros programas sociais.
  • D. compreensão ampla e uniforme do significado das condicionalidades pela população pesquisada.
  • E. presença do “patrão” como agente chave no acesso/recebimento do recurso financeiro destinado pelo Programa às famílias beneficiadas.

Assinale, entre as opções abaixo, aquela que apresenta algumas das principais noções desenvolvidas em Etnologia Indígena no Brasil.

  • A. Evolucionismo cultural, transfiguração étnica, fricção interétnica.
  • B. Aculturação, fricção interétnica, situação histórica.
  • C. Transfiguração étnica, fricção interétnica, situação histórica.
  • D. Fricção interétnica, drama social, situação histórica.
  • E. Participação observante, transfiguração étnica, fricção interétnica.

Os principais troncos e famílias linguísticos encontrados no território brasileiro são:

  • A. Caribe, Quéchua, Tupi-Guarani, Macro-Jê.
  • B. Tupi-Guarani, Aruaque, Caribe, Macro-Jê.
  • C. Aruaque, Iroquês, Macro-Jê, Caribe.
  • D. Caribe, Azteca, Micro-Jê, Tupi-Guarani.
  • E. Tupi-Guarani, Chibchana, Pano, Aruaque.

No trabalho de campo junto a um povo indígena, o etnólogo deverá:

  • A. procurar estabelecer uma relação dialógica com o povo indígena, demonstrando sempre o respeito pela cultura indígena.
  • B. tentar se integrar totalmente à cultura indígena para ser aceito como um membro daquela sociedade.
  • C. observar a vida do povo indígena de maneira neutra e objetiva, sempre mantendo uma distância científica.
  • D. observar e anotar tudo o que passa na comunidade indígena sem se envolver diretamente na vida dos indígenas.
  • E. procurar uma imersão na vida dos indígenas para que os indígenas o aceitem como um nativo.

O direito dos povos indígenas às terras que tradicionalmente ocupam

  • A. depende de um processo de intensa negociação entre os indígenas, as empresas e o Estado para chegar a um consenso que satisfaça todos os partidos.
  • B. é dependente da boa vontade do Estado em realizar os procedimentos demarcatórios.
  • C. não procede do reconhecimento pelo Estado (nem é anulado pelo não reconhecimento), mas decorre do próprio fato de sobrevivência atual dos povos que se identificam como os povos originários do Brasil.
  • D. depende de uma configuração complexa de interesses econômicos e políticos representada pelo Estado e interesses privados que atuam nas terras indígenas.
  • E. é definido pela Fundação Nacional do Índio, que tem plena autonomia para decidir sobre os direitos dos povos indígenas e decidir quais são as suas terras tradicionalmente ocupadas e por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

A demarcação de uma terra indígena é determinada

  • A. pelo fato de serem terras utilizadas para suas atividade produtivas, e para os interesses de empresas que pretendem desenvolver economicamente as terras para o benefício dos índios.
  • B. pelas 19 condicionantes do Supremo Tribunal Federal para a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima, em 2009, que servem como uma orientação geral.
  • C. pela tese do “marco temporal”, apresentada pelo Supremo Tribunal Federal, que sustenta que os indígenas só teriam direito às terras efetivamente ocupadas em 5 de outubro de 1988, na data da promulgação da Constituição.
  • D. pelo fato de serem terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
  • E. por uma negociação entre o Estado representado pela Fundação Nacional do Índio, as empresas que pretendem desenvolver projetos de desen-volvimento nas terras dos índios pagando indenizações e royalties aos indígenas e a anuência das comunidades indígenas.

Atualmente, a grande maioria das religiões indígenas no Brasil

  • A. permanecem quase intocadas na mesma forma em que se encontravam na época da conquista do Brasil pelos europeus, ou ligeiramente modificadas pela história de contato interétnico.
  • B. perderam todas as características originárias e se transformaram em espelhos das religiões ocidentais.
  • C. representam um sincretismo de elementos de religiões indígenas e ocidentais em que perderam todas as suas características originárias e em que o cristianismo predomina como o paradigma dominante.
  • D. representam um sincretismo de elementos de religiões indígenas e ocidentais em que perderam todas as suas características originárias e em que o cristianismo predomina como o paradigma dominante.
  • E. coexistem com as religiões ocidentais, incorporando elementos do cristianismo, das religiões afro-brasileiras, e dos paganismos europeus.

As sociedades indígenas da família linguística caribe da região do Maciço Guianense têm sido caracterizadas pelo antropólogo Peter Rivière e outros antropólogos como:

  • A. sociedades em que a organização dualista permeia todos os aspectos da organização política, cerimonial, clânica, metades, grupos de idade e a morfologia dos grupos locais.
  • B. sociedades caracterizadas por unidades políticas baseadas em clãs patrilineares e uma forte preferência pela exogamia de grupo local.
  • C. sociedades que têm características de estados incipientes e cacicados formados por muitas aldeias, governadas por um chefe supremo em controle de distritos e aldeias governadas por uma hierarquia de chefes subordinados,com forte influência histórica da região do litoral caribenho.
  • D. sociedades caracterizadas por uma equação entre co-residência e parentesco e a preferência declarada pela endogamia na aldeia, contrastando a segurança oferecida pelos parentes, pelos co-residentes e pelos moradores e os perigos representados pelos outros, os forasteiros e os estranhos.
  • E. sociedades organizadas em aglomerações de múltiplas famílias centradas em ancestrais fundadores, em que a transmissão cíclica das almas e dos nomes é o meio mais eficaz de garantir a continuidade social e a reprodução do que a transmissão, via linhagens, de substâncias físicas.

O surgimento dos movimentos indígenas no Brasil foi estimulado inicialmente pela

  • A. influência do movimento “red power” dos povos indígenas dos Estados Unidos da América do Norte na década de 1960.
  • B. Cabanagem na Amazônia brasileira, revolta social ocorrida no Império do Brasil, na então província do Grão-Pará, estendendo-se de 1835 a 1840.
  • C. atuação do Governo Federal em promover políticas públicas para a autonomia indígena via os órgãos indigenistas – o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
  • D. promulgação do Estatuto do Índio, Lei nº. 6.001, de 19 de dezembro de 1973.
  • E. atuação do Conselho Indigenista Missionário na década de 1970 de promover as assembleias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.
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