Questões sobre Geral

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Considere o consumo das famílias e os gastos do governo num modelo de escolha intertemporal de 2 períodos: presente e futuro. Suponha que as decisões de consumo das famílias possam ser expressas a partir da seguinte equação, também conhecida como restrição orçamentária intertemporal das famílias num modelo de 2 períodos:

C1 + C2/(1 + r) = (Q1 - T1) + (Q2 - T2)/(1 + r)

Ci = consumo no período i

Qi = produção no período i

Ti = impostos no período i

r = taxa real de juros.

Suponha ainda que o governo se depare com a seguinte restrição orçamentária intertemporal:

G1 + G2/(1 + r) = T1 + T2/(1 + r)

onde (para i = 1,2)

Gi = gastos do governo no período i

Podemos afirmar então que:

  • A.

    um corte nos impostos no presente tem maiores efeitos no consumo futuro, caso este corte não seja acompanhado por alterações no padrão de gastos do governo

  • B.

    um corte nos impostos no presente com certeza altera o consumo presente, independente de alterações no padrão de gastos do governo no presente e futuro

  • C.

    um corte nos impostos no presente atua no modelo de escolha intertemporal como no modelo keynesiano: o consumo é estimulado pelo aumento da renda disponível

  • D.

    se o governo corta os impostos no presente sem que ocorram alterações no padrão de seus gastos, presente e futuro, tanto o consumo presente quanto futuro ficam inalterados

  • E.

    um corte nos impostos não causa alterações no consumo, já que, em um modelo de escolha intertemporal, o consumo é exógeno

Considerando o modelo de escolha intertemporal de consumo da questão anterior e a existência de estruturas de preferências, representadas por curvas de indiferenças tradicionais, uma elevação nas taxas de juros apresenta dois efeitos: renda e substituição. Supondo que a família é poupadora no presente e que o consumo seja de bens normais, podemos afirmar que:

  • A.

    os efeitos necessariamente se anulam, já que a família é poupadora

  • B.

    pelo fato da família ser poupadora, somente o efeito renda é relevante

  • C.

    tanto o efeito renda quanto o efeito substituição tendem a elevar o consumo nos dois períodos

  • D.

    tanto o efeito renda quanto o efeito substituição reduzem o consumo no primeiro período e aumentam o consumo no segundo período

  • E.

    o efeito renda tende a atuar no sentido de aumentar o consumo nos dois períodos ao passo que o efeito substituição tende a reduzir o consumo no primeiro período e aumentá-lo no segundo período

Considerando as decisões de investimento, podemos então afirmar que com o produto marginal do capital

  • A.

    determinando o custo do capital e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o preço de arrendamento do capital, as empresas irão investir se o preço do arrendamento for maior do que o custo do capital

  • B.

    determinando o preço de arrendamento real do capital, e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o preço do arrendamento for menor do que o custo do capital

  • C.

    determinando o preço de arrendamento real do capital, e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o preço do arrendamento for maior do que o custo do capital

  • D.

    determinando o custo do capital e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o preço de arrendamento do capital, as empresas irão investir se o preço do arrendamento for menor do que o custo do capital

  • E.

    e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o custo do financiamento do capital for menor do que o custo do capital

Os governos podem auferir receita como resultado de seu monopólio na emissão de moeda. Neste contexto, surge o conceito de seigniorage. É correto afirmar que:

  • A.

    define-se seigniorage como sendo o produto da expansão monetária pela inflação. A partir desta definição, seigniorage é necessariamente igual ao imposto inflacionário

  • B.

    define-se seigniorage como sendo o produto da expansão monetária pelos saldos monetários nominais. A partir desta definição, seigniorage não necessariamente é igual ao imposto inflacionário

  • C.

    define-se seigniorage como sendo o produto da expansão monetária pelo nível geral de preços. A partir desta definição, seigniorage é necessariamente igual ao imposto inflacionário

  • D.

    define-se seigniorage como sendo o produto da expansão monetária pelos saldos monetá-rios reais. A partir desta definição, seigniorage não necessariamente é igual ao imposto inflacionário

  • E.

    define-se seigniorage como sendo o produto da expansão monetária pelo imposto inflacionário. A partir desta definição, seigniorage é necessariamente diferente do imposto inflacionário

Alguns modelos macroeconômicos trabalham com a hipótese de que o salário não se ajusta conforme um modelo tradicional de oferta e demanda por trabalho, existindo, assim, uma certa "rigidez salarial". Tal rigidez é sustentada pelas teorias do "salário eficiência". Estas teorias sustentam que:

  • A.

    os salários são rígidos pela ausência do fator "eficiência" no mercado de trabalho, caracterizado sempre pelo excesso de oferta

  • B.

    os salários são reajustados de acordo com a eficiência do trabalho. Como esta é constante no curto prazo, as empresas não aumentam os salários, mesmo quando há excesso de demanda no mercado de trabalho

  • C.

    salários mais elevados tornam os trabalhadores mais produtivos, o que pode explicar porque determinadas empresas não reduzem salário, mesmo quando há excesso de oferta no mercado de trabalho

  • D.

    problemas de assimetria de informação no mercado de trabalho explicam por que os salários são rígidos no sentido ascendente

  • E.

    os salários em grandes empresas tendem a variar apenas em função de alterações na demanda por mão-de-obra, já que a oferta é rígida no curto prazo. Assim, se a demanda é alta, o salário também tende a ser alto; e esse aumento em geral está relacionado com os ganhos de eficiência por parte das empre-sas.

A chamada "Teoria dos Ciclos Reais" considera que a oferta de trabalho, em um determinado momento do tempo, depende dos incentivos econômicos oferecidos ao trabalhador. Tais incentivos, no âmbito dessa teoria, sustentam que:

  • A.

    os trabalhadores realizam uma análise custo-benefício para decidir o quanto trabalhar e o quanto auferir de lazer. Assim, a única variável relevante nessa análise é o salário nominal

  • B.

    os trabalhadores realizam uma análise custo-benefício para decidir o quanto trabalhar e o quanto auferir de lazer. Assim, se o salário for temporariamente alto ou se a taxa de juros for elevada, a oferta de trabalho tende a se expandir

  • C.

    os trabalhadores realizam uma análise custo-benefício para decidir o quanto trabalhar e o quanto auferir de lazer. Consideram, entretanto, apenas variáveis subjetivas, desconsiderando variáveis como salário e taxas de juros nas decisões

  • D.

    os trabalhadores realizam uma análise custo-benefício para decidir o quanto trabalhar e o quanto auferir de lazer. Assim, quando os juros são baixos, há incentivos para uma maior oferta de trabalho, uma vez que espera-se uma elevação no nível de atividade econômica e, consequentemente, nos salários

  • E.

    os trabalhadores realizam uma análise custo-benefício para decidir o quanto trabalhar e o quanto auferir de lazer. Assim, a única variável relevante nesta análise é a taxa de juros real.

Existem alguns custos que podem explicar a rigidez de preços na economia, dentre os quais destacam-se os chamados "custos de menu", definidos custos de reajuste de preços por parte das empresas. Alguns economistas defendem que tais custos, por serem insignificantes, não trazem grandes custos sociais. Outros defendem que tais custos podem resultar em efeitos negativos para a sociedade. O argumento desses economistas, também denominados de "novos-keynesianos", baseiam-se no fato de que:

  • A.

    numa economia aberta, os custos de menu reduzem a competitividade do país em relação ao resto do mundo, tornando necessária desvalorizações cambiais com impactos positivos sobre a inflação

  • B.

    o custo de menu não seria pequeno, pelo contrário, seria grande o suficiente para gerar processos inflacionários crônicos com resultados indesejáveis sob o ponto de vista social, principalmente para os trabalhadores que recebem baixos salários

  • C.

    o custo de menu reduz a intensidade de deslocamento da curva IS, reduzindo assim os efeitos de uma política fiscal expansionista

  • D.

    os custos de menu tornam o processo de oferta de moeda endógeno, dificultando assim políticas de combate à inflação e estimulando indexação generalizada na economia

  • E.

    quando uma empresa reduz seus preços, ocorre uma ligeira redução no nível médio dos preços, causando portanto um aumento nos saldos monetários reais, o que expande a renda agregada de acordo com o modelo IS/LM. Tal expansão, por sua vez, aumenta a demanda pelo produto de todas as outras empresas. A presença de rigidez de preços decorrente da existência de custos de menu impede a ocorrência deste processo

Com relação aos conceitos de produto agregado, podemos afirmar que

  • A.

    o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; o produto nacional pode ser maior ou menor do que o produto interno e o produto a custo de fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercado

  • B.

    o produto nacional é necessariamente maior do que o produto interno; o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; e o produto a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto a custo de fatores

  • C.

    o produto a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto a custo de fatores; o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; e o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido

  • D.

    o produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido; o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; e o produto a preços de mercados pode ser maior ou menor do que o produto a custo de fatores

  • E.

    o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional; o produto líquido pode ser maior ou menor do que o produto bruto; e o produto a custo de fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercado

A equivalência ricardiana constitui uma das concepções alternativas acerca da análise do déficit público e suas implicações sobre o desempenho econômico. Tal concepção significa que:

  • A.

    um corte nos impostos hoje financiado com dívida pública deixa o consumo inalterado, ou porque as famílias não esperam um aumento nos impostos futuros ou porque elas não se preocupam com as gerações futuras

  • B.

    um corte nos impostos hoje financiado com dívida pública deixa o consumo inalterado, porque as famílias esperam um aumento nos impostos futuros e não se preocupam com as gerações futuras

  • C.

    um corte nos impostos hoje financiado com dívida pública deixa o consumo inalterado apenas se as famílias não se preocupam com as gerações futuras

  • D.

    um corte nos impostos hoje financiado com dívida pública deixa o consumo inalterado, porque as famílias esperam um aumento nos impostos futuros e se preocupam com as gerações futuras

  • E.

    um corte nos impostos hoje financiado com dívida pública deixa o consumo inalterado somente se as famílias não esperam um aumento nos impostos futuros

O modelo Mundell-Fleming representa o modelo IS/LM aplicado a uma pequena economia aberta. Tal modelo considera o nível de preços fixo e analisa as causas das flutuações da renda e da taxa de câmbio. Com base nesse modelo, e supondo livre mobilidade de capital, é correto afirmar que:

  • A.

    a política fiscal é mais adequada para estabilizar a renda, independente do regime ser de taxas de câmbio fixas ou flexíveis

  • B.

    quando as taxas de câmbio são flutuantes, a política monetária não exerce qualquer influência sobre a renda agregada

  • C.

    quando as taxas de câmbio são fixas, a política fiscal não exerce qualquer influência sobre a renda agregada

  • D.

    quando as taxas de câmbio são fixas, a política monetária é a única capaz de influenciar a renda agregada

  • E.

    quando as taxas de câmbio são flutuantes, a política fiscal não exerce qualquer influência sobre a renda agregada

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